‘Vejo vários peitos na TV, mas não posso amamentar na UTI’
O relato acima foi feito pela musicista Yara Villão, que teve bebê na maternidade Santa Joana, zona sul de São Paulo, no dia 20 de fevereiro. A bebê nasceu prematura. Já não bastasse o desconforto de não poder ir para a casa, ver a filha na UTI – Unidade de Teraria Intensiva, e ter dificuldade para acertar a pega da mamada, Yara foi orientada a parar de amamentar para que os pais pudessem entrar na sala.
Seu texto viralizou e teve mais de dois mil compartilhamentos. Em entrevista para o UOL, o pai, Júlio Pelloso contou que vários amigos do casal passaram a reclamar na página do Facebook da maternidade e o estabelecimento entrou em contato por telefone. “Uma pessoa, que disse ser da Ouvidoria do hospital, quis saber se havíamos sido bem atendidos, ou se tínhamos alguma reclamação”, contou. Devido ao problema, também foi realizada uma reunião com a família no final da tarde desta segunda-feira (6) contou à jornalista Vivian Ortiz.
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Yara também contou que, outro argumento usado para o pedido, é que a ideia também era proteger as mães, que poderiam ficar constrangidas caso fossem olhadas por alguém. “Ela disse ainda que podia me garantir que minha bebê não estava passando fome, pois a alimentação era complementada com mamadeira (fato que também descordei, mas não era possível optar, a mamadeira também é uma regra na UTI do Santa Joana)”, escreveu a mãe.
O que diz a lei
Em São Paulo existe uma lei municipal (nº 16.161/2015) dizendo que todo o estabelecimento, público ou privado, dentro do município, deve permitir o aleitamento materno, ainda que não tenha áreas específicas para essa finalidade. Em caso de descumprimento da norma, quando o estabelecimento quer proibir ou constranger o ato da amamentação, ele estará sujeito à multa de R$ 500. Em caso de reincidência, o valor da multa é dobrado.
Em contato com o Catraquinha, a assessoria de imprensa da Maternidade Santa Joana enviou a seguinte nota de esclarecimento:
“O Hospital e Maternidade Santa Joana informa que a situação não condiz com a conduta orientada pela Instituição e, visando a melhora constante, os processos internos foram reforçados junto a toda a equipe da UTI Neonatal. A maternidade reitera ainda que estimula o aleitamento materno, sendo que todos os casos são avaliados individualmente considerando que cada bebê pode apresentar necessidades diferenciadas, de acordo com seu estado de saúde dentro do ambiente da UTI Neonatal.”