Acompanhe o 13º Cultura Inglesa Festival, grande evento multiartístico

13º  Cultura Inglesa Festival – maior evento multiartístico do País – acontece até 12 de junho com o circuito cultural de mais de 20 cidades de São Paulo, Paraná e Santa Catarina.

Este ano, a programação inclui exibições dos curtas-metragens em um cinecaminhão, que ficará em oito pontos da capital, entre ONGs, escolas públicas e a Favela do Jaguaré.

Artes Visuais

Nas galerias do Centro Brasileiro Britânico (Espaço Cultural David Ford), três mostras abrem no dia 5 o festival: a instalação “One & Three Words” (Roberto Winter), a mostra de desenhos “A New Method for Assisting the Invention in the Composition of Clouds” (Marcelo Moscheta) e a videoinstalação “Dial M for Murder” (Gisela Motta e Leandro Lima), todas inéditas e produzidas para o festival. As mostras ficarão abertas até 12 de junho.

Inspirada no grupo “Art & Language”, fundado em 1968 por artistas da cidade de Cambridge, o brasileiro Roberto Winter criou a instalação “One & Three Words”, que vai explorar as relações entre a língua inglesa e portuguesa, provocando reflexões sobre o valor da tradução. Para levantar essas questões, o artista colocará no espaço expositivo trípticos de quadros com falsos cognatos encontrados no Google Tradutor. A mostra traz fotografias de intervenções feitas em unidades da Cultura Inglesa, onde 60 quadros e pôsteres foram substituídos por 60 trípticos. Na biblioteca do CBB, o visitante poderá consultar o Google na internet e livros sobre o tema.

Ao lecionar Desenho no Eaton College, o pintor aquarelista e gravurista Alexander Cozens (1717-1786) decidiu escrever um livro sobre a maneira mais correta de compor uma paisagem. Esta obra póstuma levou o Marcelo Moscheta a montar “A New Method for Assisting the Invention in the Composition of Clouds”, que reúne desenhos em grafite sobre PVC expandido, refazendo a composição das nuvens de acordo com as orientações de Cozens. Sob a mesma moldura, o artista unirá a paisagem e as indicações gravadas em placas de alumínio.

Disque M para Matar”, clássico do mestre do suspense Alfred Hitchcock, vai ganhar a videoinstalação “Dial M for Murder” interativa, sob as mãos dos artistas Gisela Motta e Leandro Lima.  A ideia é aprisionar uma cena clássica em “looping”, deixando ao espectador a chance de alterar o desfecho do filme.

Teatro Adulto

A programação de Teatro Adulto será composta pelas peças “Celebração” (de Harold Pinter, direção de Eric Lenate), “Honey” (de Shelagh Delaney, direção de Fernanda D’Umbra) e “O Fantástico Reparador de Feridas” (de Brian Friel, com a Cia Ludens dirigida por  Domingos Nunez), no Teatro Cultura Inglesa-Pinheiros.

Sob direção de Domingos Nunes, a Cia Ludens apresenta, de 7 a 10 de maio, “O Fantástico Reparador de Feridas”, do dramaturgo irlandês Brien Friel. Com uma música tema de um musical hollywoodiano dos anos 50, uma trupe incomum viaja pelo Reino Unido e a Irlanda, apresentando um número que fica entre a representação teatral e um culto religioso de cunho sobrenatural. No elenco estão Walter Breda, Mariana Muniz e Rubens Caribé.

Celebração”, texto inédito no Brasil do Prêmio Nobel de Literatura Harold Pinter, ganha uma montagem de humor ácido e inteligente. Sob a direção de Eric Lenate, a peça será encenada de 14 a 17 de maio. Duas comemorações de três casais num restaurante são o pano de fundo de uma trama, que revela o vazio existencial por trás de uma geração ávida por dinheiro. Com uma estética feliniana, o espetáculo coloca em cena Juliana Vedovato, Domingas Person, Valentina Lattuada, Denise Machado, Carlos Moreti, Luciano Gatti, Pedro Guilherme, Adriano Suto, Alexandre Freitas e Cristine Peron.

Peça inaugural de Shelagh Delaney, “Honey” faz um retrato sensível da Grã-Bretanha dos anos 50 ao narrar a história da adolescente Jo e suas relações conflituosas com a mãe e os três homens que orbitam ao seu redor – o novo padrasto, o namorado negro e o amigo homossexual. Composta por jazz, a trilha sonora será executada ao vivo, interagindo com a peça e dialogando com o texto e as situações vividas pelos atores Fernanda Gama, João Fábio Cabral, José Trassi, Lavínia Pannunzio e Francisco Eldo Mendes. Dirigida por Fernanda D´Umbra, a peça será exibida de 21 a 24 de maio.

Dança

Os espetáculos “Torso + Oco” (Wellington Duarte e Suiá Ferlauto), “Desdobramento” (Gícia Amorim)  e “Como Risco em Papel” (Marcela Reichelt) vão compor a programação de Dança a ser apresentada na Sala Cultura Inglesa do CBB – Centro Brasileiro Britânico (Duke of York Auditorium).

Com “Desdobramentos”, a bailarina e coreógrafa Gícia Amorim estabelece um jogo de relações com a pesquisa do escultor Henry Moore, que resultou em obras cujos espaços vazios e as cavidades ganham a mesma importância da massa sólida. No espetáculo, que vai de 8 a 10 de maio, a bailarina transpõe para o palco essa relação, que desdobra e altera a simetria da figura humana sem enfraquecer a percepção da materialidade.

Em “Torso + Oco”, o bailarino Wellington Duarte faz um diálogo instigante com a instalação “Critical Mass”, do escultor Antony Gormley, que reúne 50 figuras moldadas em chumbo, em 12 posições diferentes, lançadas e caídas no chão. Ao lado de Suiá Ferlauto, constrói um discurso coreográfico, baseado no referencial do molde do corpo e do ambiente. Com direção de Donizeti Mazonas, o espetáculo será apresentado de 15 a 17 de maio.

Inspirada na obra do artista plástico Peter Greenaway, a bailarina Marcela Reichelt vai apresentar de 22 a 24 de maio “Como Um Risco em Papel”. Com objetos de cena e vídeo, a intérprete vai explorar a rica produção deste artista, formada por pinturas, colagens, desenhos e fotografias, além da paixão pelos mapas e paisagens.

Teatro Infantil

As peças “Shakespeare Amarrotado” (Grupo Caso de Matraca), “Enjoy!” (Grupo Teatro da Gioconda) e “O Príncipe Feliz” (Grupo As Mariposas) prometem encantar a criançada no Auditório Cultura Inglesa-Higienópolis.

Com a proposta de integrar as Artes Plásticas ao teatro, o Grupo As Mariposas veste com uma roupagem criativa o conto “O Príncipe Feliz”, de Oscar Wilde,  a ser exibido em 9 e 10 de maio. A peça fala como a rica estátua de um príncipe se arrepende de seu egoísmo quando vivo e pede a uma andorinha para distribuir partes de seu corpo para ajudar os súditos. A montagem tem um “cenário vivo”, com painéis de tecido ligados a uma bicicleta e que se movem a cada pedalada dos músicos/narradores, que tocam músicas ao vivo.

A partir de uma linguagem calcada no universo clownesco e no teatro de bonecos, o Grupo Caso de Matraca aproxima a garotada da obra de William Shakespeare com o musical “Shakespeare Amarrotado”, livremente inspirado em “Romeu e Julieta”. Sob direção de Dagoberto Feliz, em 16 e 17 de maio, o grupo vai ambientar a história num aterro sanitário disputado por mendigos.

Após ganhar os prêmios APCA e Coca-Cola Femsa com o infantil “O Cadarço Laranja”, criado para o 10o Cultura Inglesa Festival, o Grupo Teatro da Gioconda volta a se apresentar no festival em 23 e 24 de maio com  “Enjoy!”, baseado em contos de fadas britânicos. Numa narrativa que substitui as palavras por imagens, a peça mostra a essência de contos menos conhecidos como “O Nobre Rolando”, “O Senhor Miacca” e “Os Três Tolos”.

Cinema Digital

Atores como Caco Ciocler, Jairo Mattos e Fábio Lucindo estão nos curtas-metragens em Cinema Digital que estreiam em 5 de maio: “Timing” (Amir Admoni, Débora Mamber e Felipe Grytz) e “Olhos de Fuligem” (Denise Vieira) e “She’s Lost Control” (Daniel Augusto), na Sala Cultura Inglesa do CBB – Centro Brasileiro Britânico (Duke of York Auditorium). Nos dias 11 e 18 de maio, os filmes serão exibidos no mesmo local às 16, 19, 20 e 21 horas.

A implacável passagem do tempo é o mote de “Timing”, curta-metragem de Amir Admoni, Débora Mamber e Felipe Grytz, livremente inspirado em “Time”, megassucesso da banda britânica Pink Floyd. No filme, o foco recai sobre um jovem homem de negócios (Caco Ciocler), cuja ambição o distancia das relações humanas e faz dele um escravo voluntário do tempo.

Olhos de Fuligem”, de Denise Vieira, vai transpor o universo mitológico de Sandman, personagem de Neil Gaiman, para a realidade crua dos jovens que vivem largados pelas ruas de São Paulo, invisíveis sob a negra fuligem urbana. A montagem de algumas cenas vão se sobrepor quadro a quadro, como ocorre nas HQ. No elenco estão Jairo Mattos e Fábio Lucindo.

A música “She’s Lost Control”, da banda inglesa Joy Division, inspirou o diretor Daniel Augusto a criar um curta-metragem homônimo, sobre uma roqueira que, após um acidente, não sabe mais quem é. O filme mostra a busca da moça para descobrir a si mesma, com citações de clássicos da literatura inglesa, como Lewis Carroll.

Por Redação