A desembargadora Marília Castro Neves, a mesma que compartilhou sem checar fake news sobre a vereadora Marielle Franco, assassinada na última quarta-feira, 14, recebeu uma lição contra o preconceito no último fim de semana.

Débora Seabra, a primeira professora com síndrome de Down do Brasil, rebateu um post preconceituoso feito pela desembargadora, em que esta perguntava com ironia como pessoas com a síndrome podem ensinar algo.

“Ensino muitas coisas para as crianças”, disse Débora. “A principal é que elas sejam educadas, tenham respeito pelas outras, aceitem as diferenças de cada uma, ajudem a quem precisa mais” e finaliza: “Quem discrimina é criminoso”.

Em sua postagem no Facebook, a desembargadora afirmava: “Ouço que o Brasil é o primeiro em alguma coisa!!! Apuro os ouvidos e ouço a pérola: o Brasil é o primeiro país a ter uma professora portadora de síndrome de Down!!! Poxa, pensei, legal, são os programas de inclusão social… Aí me perguntei: o que será que essa professora ensina a quem???? Esperem um momento que eu fui ali me matar e já volto, tá?”

A postagem da desembargadora:

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O post da desembargadora Marília Castro Neves

https://www.facebook.com/photo.php?fbid=1552955844801727&set=p.1552955844801727&type=3&theater

Há um ano, em entrevista ao Catraca Livre, Débora contou um pouco de sua luta para romper o preconceito e conseguir ser aceita como educadora. “Ainda falta muita gente acreditar na inclusão”, disse ela, que tem 36 anos e há 13 é professora auxiliar de educação infantil em Natal (RN).

A professora dá palestras sobre o combate ao preconceito e, em 2013, lançou o livro “Débora Conta Histórias”. Conheça melhor a história dela:

Débora Seabra, a primeira professora com síndrome de Down do país

Professora com Down responde a post preconceituoso de magistrada

'Quem discrimina é criminoso', ensina Débora Seabra à desembargadora Marília Castro Neves