3200 brasileiros estão presos fora do país (e um vai morrer no domingo)

A pena de morte não existe no Brasil, mas alguns brasileiros podem sofrer a punição extrema nos próximos anos

16/01/2015 14:27 / Atualizado em 04/05/2020 16:47

A ONG Anistia Internacional tem feito nos últimos dias uma campanha para que o brasileiro Marco Archer Cardoso Moreira – preso na Indonésia desde 2004 por tráfico de drogas – não seja executado no próximo domingo, dia 18. A organização revelou também dados sobre brasileiros presos no exterior.

O brasileiro Marco Archer Cardoso Moreira, de 53 anos (à dir.), acompanhado de seu advogado, agora só aguarda a execução.
O brasileiro Marco Archer Cardoso Moreira, de 53 anos (à dir.), acompanhado de seu advogado, agora só aguarda a execução.

Segundo a ONG, no final de 2013, exatos 3209 brasileiros estavam cumprindo pena em algum presídio fora do Brasil. Destes, dois foram condenados à pena de morte (além de Archer, o paranaense Rodrigo Muxfeldt Gularte também está no corredor da morte na Indonésia).

A Europa conta com 1108 brasileiros presos e, somente nos Estados Unidos, 726 brasileiros também são mantidos em presídios. Os dados mostram que, em 30% dos casos, a prisão foi motivada por tráfico ou porte de drogas.

Além dos EUA, aparecem na lista de países com maior número de brasileiros presos o Japão (407), Portugal (329), Paraguai (314), Espanha (246), Itália (190) e Bolívia (120). Confira a tabela feita pela Exame.

Primeiro brasileiro executado

No próximo domingo, podemos presenciar o primeiro caso de um brasileiro sendo executado em um país estrangeiro após ser condenado à pena de morte. Archer está preso na Indonésia desde que tentou entrar no país com 13,4 kg de cocaína nos tubos de uma asa-delta. E, agora, teve sua execução marcada.

A marcação da data fez com que a diplomacia brasileira, por meio do Itamaraty e da própria presidente Dilma Rousseff, tentasse impedir a execução, entrando com pedidos de clemência para o presidente indonésio Joko Widodo.

Mas, como a própria campanha de Widodo é baseada na penalização grave ao tráfico de drogas, os pedidos foram negados – além de Archer, outros quatro estrangeiros serão executados no domingo: um da Nigéria, um do Malaui, um do Vietnã e outro da Holanda.