A redescoberta do cambuci

Eliana resolveu fazer uma investigação e descobriu que, pelo menos no bairro, aquela árvore estava em extinção

Por: Redação
Cambucí

Quando começou a trabalhar no bairro, em 2007, Eliana Peixe queria saber de onde vinha o nome Cambuci. Disseram-lhe que, no passado, havia por lá muitos pés de cambuci -era abundantemente usado na culinária local e na aguardente dos tropeiros. Resolveu fazer uma investigação e descobriu que, pelo menos no bairro, aquela árvore estava em extinção. “Só localizamos uns poucos pés.”

Daí começaria um retorno culinário. “O gosto da fruta e das folhas do cambuci está voltando para as casas e restaurantes.”

É uma receita que, por acaso, acabou misturando culinária com projetos digitais.

A história começa numa gráfica desativada da prefeitura, com suas máquinas que serviriam apenas para museus. O único sinal de modernidade no entorno daquele prédio são os grafites feitos pelos OsGêmeos, que usam o bairro, onde moram, como um misto de ateliê e galeria ao ar livre.

Eliana foi convidada pela prefeitura para transformar aquele espaço, batizado de Incubadora de Projetos Sociais, em um centro de novas mídias para a comunidade, especialmente os jovens -e, agora, convivem as aposentadas impressoras, convertidas em decoração, com computadores e programas de última geração, fornecidos por causa de parcerias com empresas de telecomunicação.

Trecho de coluna  publicada no jornal Folha de S.Paulo.