950 homens do Exército serão enviados para cerco à Rocinha

Com informações da Agência Brasil

22/09/2017 15:00

O ministro da Defesa, Raul Jungmann, informou que 950 homens da Polícia do Exército participarão do cerco a criminosos na Rocinha, no Rio de Janeiro, ainda nesta tarde.

O ministro Raul Jungmann, que anunciou envio de homens do Exército à Rocinha
O ministro Raul Jungmann, que anunciou envio de homens do Exército à Rocinha

A comunidade é alvo de operações diárias da Polícia Militar desde o último domingo, dia 17, quando houve confrontos entre grupos criminosos rivais pelo controle de pontos de venda da comunidade. As informações são da Agência Brasil.

O comandante da 1ª Divisão do Exército, general Mauro Sinott, disse que as Forças Armadas ajudarão também no controle do trânsito das ruas do entorno e no tráfego aéreo sobre o morro da zona sul.

O pedido para que o Exército participasse das operações na Rocinha foi feito pelo governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão.

Na manhã desta sexta-feira, dia 22, houve um tiroteio intenso entre policiais e criminosos, que provocou o fechamento da Auto-Estrada Lagoa-Barra, que liga o bairro de São Conrado à Gávea. Cinco escolas e três unidades de educação infantil da prefeitura fecharam as portas, deixando quase 2.500 alunos sem aulas.

Este é o quinto dia de ocupação da Polícia Militar à favela, que está desde as 5h desta sexta na comunidade. No confronto, ninguém ficou ferido, mas, por medida de segurança, a Auto-Estrada Lagoa-Barra foi fechada ao tráfego nos dois sentidos, desde as 10h15.

A Avenida Niemeyer, que liga o bairro de São Conrado à Barra da Tijuca está com tráfego liberado, mas a Polícia Militar pede aos motoristas que evitem à estrada, porque homens do Batalhão de Choque da PM fazem ação também na Favela do Vidigal, que fica ao lado e também é comandada pela mesma facção criminosa, que controla o tráfico de drogas na Rocinha.

Ainda pela manhã, por volta das 10h, criminosos atacaram à base da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP), na Rua Dois. Um morador ficou ferido e foi levado para o Hospital Miguel Couto, na Gávea.

Meia hora depois, outro grupo de traficantes atirou uma granada contra policiais que estavam em uma viatura na saída do Túnel Zuzu Angel, sentido Lagoa-São Conrado. O artefato não explodiu, e os criminosos fugiram. O Esquadrão Antibombas da Polícia Civil foi acionado e desativou o explosivo. De acordo com os técnicos da Polícia Civil, a granada era de grande poder explosivo.

Devido à ação da polícia na Rocinha, duas clínicas da Família, um centro de saúde, além de Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) e um centro assistencial da prefeitura foram fechados, por medida de segurança.

Policiais também reforçaram o policiamento nos arredores de São Conrado depois de denúncias apontarem conta que menores teriam sido orientados por criminosos a atear fogo em ônibus para desviar a atenção policial ao cerco policial na Rocinha.

A Polícia Militar reforçou o cerco à comunidade em todos os seus acessos. Policiais de outras Unidades de Polícia Pacificadora e do Batalhão de Policiamento em Grande Eventos atuam na região. Um veículo blindado dá apoio aos policiais.

A Região Administrativa da Rocinha foi fechada, devido aos constantes tiroteios, que colocam em risco os funcionários da prefeitura do Rio. O administrador regional, Romeu Cardoso pediu aos servidores que não fossem para o trabalho, por ser impossível abrir o atendimento ao público.

Localizada nos arredores da Rocinha, a Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ) suspendeu as aulas no período da tarde e da noite de hoje.

Em nota publicada em sua página na internet, a universidade afirma que a decisão foi tomada devido “ao intenso tiroteio na Rocinha e ao fechamento de vias públicas”.

Funcionários técnico-administrativos foram liberados de suas atividades para voltar para casa, “caso considerem conveniente para sua segurança”.

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