Um domingo com rap e orquestra sinfônica

Música erudita, rap e ação social. Assim foi o domingo, 18 de julho, no Sesc Itaquera. A Sinfônica Heliópolis se juntou ao Rappin Hood em um evento que, além de promover a música clássica, “quebrou preconceitos, mostrando que somos todos irmãos, lutando juntos por uma mesma causa”, afirmou Edilson Ventureli, maestro da orquestra.

Ventureli concedeu, ao Catraca Livre, uma entrevista a respeito do projeto, seus principais objetivos, seu histórico e suas características. Vice-presidente do Instituto Baccarelli – o responsável pela iniciativa de criar um projeto que pudesse introduzir os jovens da comunidade de Heliópolis ao mundo artístico, através da música – Ventureli diz que a junção entre esses dois estilos musicais foi “um sonho antigo que agora pode ser concretizado”.

Em outras edições do “Som em Sintonia do Sesc São Paulo” já ocorreu encontros musicai de artistas da MPB à Sinfônica Heliópolis, como por exemplo a Zizi Possi, Toquinho e João Bosco. Contudo, é a primeira vez em que participou um rapper, formando o chamado Rap Sinfônico. Num momento anterior, até houve um outro encontro, mas com características diferentes. Nele, orquestra Sinfônica Heliópolis, na época nomeada Orquestra Jovem Baccarelli, foi convidada por Rappin Hood para participar de uma das faixas de seu álbum, a “Disparada Rap”. O maestro acredita que esse tipo de encontro pode ser de grande beneficio. “É uma ótima oportunidade para quebrar o paradigma de que, por ser uma comunidade de renda baixa, não possui contato cultural; e mostrar tamanha riqueza existente naquela comunidade”.

Por Naomy Stankevicius aluna do segundo ano do ensino médio do Colégio Bandeirantes.