A arte do trabalhador
Há oito anos, o coletivo de teatro “Dolores Boca Aberta Mecatrônica de Artes” encontrou em um terreno público e abandonado, do Jardim Triana, zona leste da cidade de São Paulo, o espaço para expressar a sua arte e imprimir as características estéticas da periferia em seus projetos.
Sem definir hierarquia, o grupo – que começou com quatro integrantes, hoje, conta com 16 pessoas – através de mutirões com a população local, construiu um galpão e uma arena arbórea para as apresentações do coletivo. O espaço também é utilizado para oficinas de dança, interpretação, improviso, entre outras, destinadas à comunidade.
Luciano Carvalho, um dos idealizadores do projeto, explica que a intenção do Dolores é apresentar arte para a classe trabalhadora. “Temos como princípio abandonar o olhar elitista, abrimos as portas para quem se interessa por cultura e não tem acesso, e também trocamos com a população novos conceitos e informação.”
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Assim sendo gratuitas todas as peças que o Dolores apresenta e a estrutura física do coletivo – aberta à comunidade – acabou ganhando novos parceiros. “Outros grupos nos procuraram para somar, temos também oficinas de circo, aulas de capoeira, apresentações musicais.”
Luciano também conta que o coletivo sai pela vizinhança, do Jardim Triana, oferecendo aos moradores, os cafés poéticos. “Batemos nas casas e levamos, além de bolo e café: música, literatura e teatro”.
Ainda este ano, Dolores levará ao público uma ópera periférica, de seis horas, que une elementos tradicionais do gênero ao que eles vivenciam diariamente na zona leste. A ousadia está prevista para estrear na segunda quinzena de agosto, na arena, do Dolores.
Conheça mais sobre o “Dolores Boca Aberta Mecatrônica de Artes”.