A cinza e árida São Paulo ‘esconde’ a história de 300 cursos de rios

Amanda Kamanchek, da Folha de S. Paulo

Quem diria que a São Paulo árida e cinza tem uma grande história sobre um rio. Uma não, 300 histórias de rio, segundo o geólogo Luiz de Campos Jr., 51, que coordena o projeto Rios e Ruas.

Segundo ele, esses cursos de água têm 3.500 km de extensão. “Não se anda mais de 200 metros na cidade sem passar por um desses cursos”, diz Campos.

Vamos contar a história de um rio que tem nome de pássaro: o Saracura. Ele nasce escondido, atrás da avenida Paulista, e escorre pela avenida Nove de Julho, depois segue pelo vale do Anhangabaú, até chegar ao rio Tamanduateí, ao lado do Mercado Municipal.

Para vê-lo, somente seguindo as pistas que restaram sob prédios e rodovias. São as galerias pluviais, os bueiros e os fundos de vale que trazem essas evidências.

Na pequena rua sem saída Garcia Fernandes, atrás do hotel Maksoud, impera outro clima. Menos luz, umidade latente e temperatura amena indicam que ali nasce o Saracura.

A água é conduzida até uma galeria pluvial e segue assim até chegar ao Tamanduateí. É o que acontece com 99% desses cursos de água.

Em dias de chuva, quando transbordam os bueiros, é possível ver uma água translúcida descendo pela rua Rocha, onde fica o lavador de táxis Onofre Sabino, 81. Ele puxa por uma mangueira parte da água da nascente, que brota num terreno, para lavar carros desde 1986. Leia a matéria na íntegra na Folha.com.