A cultura indígena junto com a tecnologia da Campus Party

Por: Keila Baraçal

Aos 24 anos, o índio tupinambá Bekôi (quer quer dizer “Sol”) desembarcou na cidade de São Paulo nesta semana para conhecer as novidades da Campus Party –  encontro de Internet, que acontece até o próximo dia 25, no Centro de Exposições dos Imigrantes. Ele saiu da sua cidade, Pau Brasil, no sul da Bahia, junto com o seu primo de 18 anos Arakatibe (que significa “Brisa do Mar”) para, durante o evento, também  mostrar um pouco sobre sua cultura para as mais de cinco mil pessoas que circulam por lá.

Conta Bekôi  que, quando encontrou aquelas dezenas de computadores, ficou impressionado. “As coisas aqui funcionam de forma rápida”.

Na aldeia onde mora, o acesso à internet é possível. Já sabe mexer no orkut, MSN, mas seus conhecimentos sobre internet ainda são restritos.

A vida em Pau Brasil, segundo ele, segue com tranquilidade. Atrás de sua casa – feita apenas com madeira, corre o rio que permite a pesca. A caça também é feita constantemente, assim como o plantio de frutas. “Temos uma vida bem calma”.

Hoje os índios que moram na aldeia têm uma missão: a de preservar a cultura. Muitos já quase não falam o dialeto local e há um esforço para que o diálogo não se perca. Mesma coisa para a pintura no corpo. Apesar de todo o interesse pela tecnologia, não lhes é permitido o namoro com outras pessoas que não sejam da aldeia. Se alguém for pego fazendo isso, é excluído da tribo. “Jovem é assim. É cheio de paixão.”