A dama do Minhocão

Um museu sem curador, sem programação e ao ar livre registrado pelas lentes de Cléo Kesslan

Imagem clicada na região central por Cléo Kesslan

Para muitos paulistanos o Minhocão é um “anti-cartão postal” da cidade mas para a publicitária Cléo Kesslan é onde a beleza de São Paulo se esconde. Incentivada pelo namorado Cristophe Benavent, que notou a paixão de Cléo por graffiti e fotografia, ela criou em 2008 o “Museu do Minhocão” (minhocao.wordpress.com).

Antes que os desenhos fossem apagados pela Prefeitura, a idealizadora do blog conseguiu registrar boa parte e arquivar imagens e textos sobre os trabalhos. “Quero mostrar que a região não é só carro, barulho e mendigo”, conta Cléo, que ainda levanta a polêmica questão da “cracolândia”, agora expandida para a região de Santa Cecília.

Sobre alguns nomes promissores do graffiti, ela cita Gen Duarte com seus traços surrealistas e Cranio, que muito antes de James Cameron lançar o blockbuster “Avatar”, criava seus índios azuis.

Para a publicitária, que é contra a demolição do Minhocão, a área precisa ser revitalizada em todos os sentidos e são os moradores de rua que precisam de uma atenção especial.

Sobre o graffiti, Cléo ainda diz: “acho que a Prefeitura deveria pintar tudo sim, limpar a área e depois disso, chamar os artistas para uma grande exposição ao ar livre”. O recado está dado.