A maconha e Paris Hilton

Jovens planejam fazer uma manifestação neste final de semana em São Paulo pedindo a legalização da maconha – há rumores de que, mais uma vez, esse ato será proibido, acusado de fazer a apologia do crime.

Não vou entrar no debate jurídico, embora ache errada a proibição. Considero muito mais perigosa – e, aí sim criminosa – a publicidade de uma marca de cerveja (Devassa) que usa explicitamente o corpo de uma mulher (Paris Hilton).

Vou logo dizendo que não fumo maconha e considero que seu abuso é perigoso, por tirar o foco dos estudos, provocar acidentes e gerar dependência. Defendo que os pais devem alertar os filhos sobre esse perigo – e não devem ter medo de parecer caretas.

Mas a maconha não representa quase nada em perigo à saúde pública quando comparada à bebida, estimulada abertamente pela publicidade e, nesse caso da Devassa, apelando vulgarmente para o sexo, usando uma mulher vulgar. O que o Poder Judiciário deveria proibir, usando a lei, era esse tipo de propaganda.

Aliás, nesta semana assisti, no Colégio Bandeirantes, palestra de um Robin Room, uma das autoridades mundiais de dependência, que lançou um livro pela Oxford University. Com frios números, mostrou que a maconha deveria ser encarada de um jeito diferente, por ser muito menos prejudicial do que todas as demais drogas e, por isso, defende que sua legalização traria menos prejuízos.

A íntegra pode ser lida – em inglês neste link