A versão do 13 de maio pela Revista Raça

12/05/2009 20:12 / Atualizado em 14/03/2013 14:07

Só quem não lia os jornais e nem vivia em grandes centros urbanos brasileiros naquele domingo, 13 de maio de 1888, poderia se surpreender com a atitude da princesa Isabel, ao assinar a Lei Áurea. Afinal, esse era o assunto mais efervescente e polêmico daquele e dos anos anteriores. Graças, principalmente, às incontáveis fugas em massa de escravizados, milhares de quilombos que se formaram Brasil afora, à obsessiva compra da alforria e ações sistemáticas dos abolicionistas.

Para o escravo, pior do que ser usado como mão de obra gratuita, foi deixar de ser gente para se tornar “coisa”, um patrimônio de seus donos, em um processo que começava na captura na África e seguia nos porões das caravelas, com alimentação precária, tratamento desumano, doenças e mortes.

Aqui, o escravizado era submetido a leilão, sem o respeito aos grupos familiares. Dava-se preferência a espécies de origens diferentes, para dificultar a comunicação entre si e evitar rebeliões. Seguiam-se longas viagens a pé até as fazendas.

Depois, trabalho forçado e castigos cruéis. Praticar a própria religião e costumes originais, nem pensar. Essas práticas tornaram-se clandestinas e até após a abolição eram proibidas e punidas.

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Matéria escrita por Oswaldo Faustino, publicada na Revista Raça.