28 pontos fundamentais da vida e do legado de Nelson Mandela
Saiba quais foram os fatos que fizeram do ativista político Nelson Mandela uma das figuras mais admiradas da história da humanidade
18 de julho de 1918 – Nascimento
Rolihlahla Mandela nasceu em Mvezo, uma pequena aldeia no Transkei, um ex-protetorado britânico no sul do país. Seu pai, Henry Gadla Mphakanyiswa, era um chefe do povo Thembu, uma subdivisão da nação Xhosa. O nome dado ao garoto significa, coloquialmente, algo como “encrenqueiro”. Ele recebeu seu nome mais familiar e inglês, Nelson, de um professor aos 7 anos.
No vídeo, Mandela relembra sua criação na região rural de Qunu
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1938 – Entra na Universidade de Fort Hare
Mandela é admitido na Universidade de Fort Hare, uma instituição de ensino para negros. Dois anos mais tarde ele é expulso por liderar um protesto estudantil.
1944 – Primeiro Casamento
Mandela se casa com Evelyn Ntoko Mase. Eles têm quatro filhos, mas as atividades políticas de Mandela geram crises frequentes no relacionamento. O casal se divorciou em 1958.
1944 – Funda a Liga da Juventude do ANC
Mandela e outros ativistas fundam a Liga da Juventude do Congresso Nacional Africano (African National Congress, em inglês) após se desiludirem com a abordagem cautelosa dos membros mais velhos do ANC, o mais antigo movimento de libertação da África. A criação da Liga marca a mudança do congresso para um movimento de massas. Mas o seu manifesto, carregado de nacionalismo pan-africano, ofende alguns simpatizantes não-negros.
1948 – Partido Nacional assume o poder, criando as bases do Apartheid
O Partido Nacional assume o poder na África do Sul e começa a construir o apartheid, um sistema de segregação racial rigorosa e dominação branca.
1952 – Mandela inicia na advocacia
Mandela e Oliver Tambo abrem o primeiro escritório negro de advocacia da África do Sul.
05 de dezembro de 1956 – Mandela é preso sob acusação de traição
Mandela é preso em sua casa e acusado de traição, junto com 155 outras pessoas que trabalhavam, de várias formas, para o fim do estado racial na África do Sul.
14 de junho de 1958 – Durante o julgamento, um segundo casamento
Em meio ao julgamento da acusação de traição, Mandela se casa com Nomzamo Winifred Madikizela, a Winnie, 16 anos mais jovem. A união terá como fruto duas filhas e um drama nacional de separação forçada, devoção, remorso e amargura.
21 de março de 1960 – Mortes em Sharpeville
A polícia abre fogo contra os participantes de uma manifestação pacífica em Sharpeville, matando 69 pessoas e ferindo outras 181. Depois da chacina, o governo Sul-Africano proíbe encontros e grupos políticos de negros, prendendo milhares. O ANC se torna ilegal, seus membros passam à clandestinidade e começar a planejar uma campanha de ataques diretos contra o governo do apartheid.
29 de março de 1961 – Absolvido da Traição
Mandela e os outros réus são absolvidos de traição. Mas, temendo uma nova prisão, ele passa a atuar na clandestinidade.
16 dezembro de 1961 – Mandela ajuda a formar exército guerrilheiro
Mandela e outros líderes do ANC formam uma ala militar chamada Umkhonto we Sizwe, ou Lança da Nação. Mandela torna-se o primeiro comandante-chefe do exército de guerrilha e passa a treinar para a luta e trabalhar para obter armas para o grupo. Mesmo assim, nunca chegou ao combate.
05 de agosto de 1962 – Nova prisão
Mandela é preso depois de viajar ao exterior e voltar à África do Sul. Havia passado os últimos 17 meses morando em um abrigo subterrâneo. Dessa vez, é acusado por deixar o país ilegalmente e incitar greves. Acaba sendo condenado a cinco anos de prisão.
12 de junho de 1964 – Condenado à prisão perpétua
Mandela e outros sete membros do ANC são condenados e sentenciados à prisão perpétua. É enviado para a prisão da Ilha Robben, distante 11 km da costa da Cidade do Cabo. Mandela vai passar os próximos 18 anos lá.
Em 1994, quatro anos após a sua libertação da prisão, Mandela visitou a cela em que havia ficado em Robben Island. Ouça o discurso de Mandela na abertura do Julgamento de Rivonia, em 1964. (Patrick de Noirmont/Reuters)
16 de junho de 1976 – Protestos contra o africâner
Dezenas de milhares de estudantes vão às ruas de Soweto se opor ao uso do africâner como idioma obrigatório nas escolas negras. A polícia responde com tiros e se inicia um confronto que duraria meses e deixaria 570 mortos. O levante é considerado um ponto de virada na história da resistência negra ao apartheid.
10 de fevereiro de 1985 – recusa o perdão
O presidente da África do Sul, P.W. Botha, oferece a Mandela a liberdade da prisão se, em troca, ele topar ser o líder de um movimento de renúncia à violência. Mandela se recusa e alega que o governo deve primeiro acabar com o apartheid.
Em uma entrevista concedida a Verne Harris, do Centro de Memória Nelson Mandela, Mandela descreve seu tempo na prisão. (Centro de Memória Nelson Mandela)
12 de junho de 1986 – Governo cresce contra a dissidência
O governo declara estado de emergência nacional, concedendo-se amplos poderes, incluindo a autorização para a polícia a usar violência e armas de fogo contra manifestantes e impor um toque de recolher. O decreto proíbe a promoção de greves, boicotes e protestos e coloca fortes restrições à imprensa. Mais de 1.000 ativistas são detidos.
05 de julho de 1989 – Se encontra com o presidente
Mandela se reúne informalmente com Botha no escritório presidencial na Cidade do Cabo. É a primeira reunião publicamente reconhecida entre Mandela e um funcionário do governo fora da prisão, e leva a especulações de que ele será solto em breve.
11 de fevereiro de 1990 – Mandela é libertado
Mandela, então com 71 anos, é libertado sem restrições, encerrando o período de 27 anos e meio de prisão. Para de Klerk, o novo presidente, Mandela era peça importante nas negociações da nova constituição e poderia ajudar a acabar com a dominação política por parte da minoria branca, sem substituí-la com a dominação da maioria negra – um temor do governo branco.
13 de abril de 1992 – Um novo divórcio
Mandela anuncia que ele e sua mulher, Winnie, concordaram em se separar após divergências políticas entre o casal. Winnie foi acusada de envolvimento na morte de um ativista.
17 junho de 1992 – Ataque em Boipatong para negociações
Uma multidão desce sobre o bairro negro de Boipatong, matando mais de 40 pessoas com armas, facas e machados. O ANC afirma que os homens Zulu e policiais brancos foram os responsáveis pela violência. Uma semana depois dos ataques, o Mandela anuncia que o ANC vai sair das negociações até que o governo tome medidas para restaurar a confiança. As negociações só seriam retomadas em setembro.
10 de abril de 1993 – Morte de líder negro causa confrontos
Chris Hani, líder negro e popular do Partido Comunista Sul-Africano, é baleado e morto por um homem branco. Pelo menos sete pessoas são mortas em confrontos ao longo dos dias seguintes. Mandela aparece na televisão nacional e pede calma, pedindo um compromisso mais forte com as negociações.
15 de outubro de 1993 – Mandela e de Klerk ganham o Nobel da Paz
Mandela eo de Klerk dividem o Prêmio Nobel da Paz. Os dois homens recebem a homenagem com a parceria que caracterizou sua relação e Mandela se cansa de ressaltar a integridade do companheiro.
27 de abril de 1994 – ANC sai vitorioso das eleições e Mandela é eleito presidente
Pela primeira vez na história da África do Sul as eleições são gerais e os negros podem votar. Apesar de meses de violência que antecedem à votação, nenhuma pessoa é morta em atos de violência relacionados às eleições. Quando a votação termina, no dia 29 de abril, o ANC ganha mais de 62% dos votos e Mandela é eleito como presidente sem oposição.
Mandela fez o juramento de posse em Pretória para se tornar o primeiro presidente negro da África do Sul. No vídeo, alguns destaques do seu discurso inaugural. (David Brauchli / Associated Press)
24 de junho de 1995 – União através do rugby
A seleção de rugby da África do Sul ganha a Copa do Mundo. A equipe, chamada de Springboks, havia sido banida da competição internacional até 1992 por causa do apartheid e foi vista por muito tempo como um símbolo de opressão por muitos negros sul-africanos. Mandela convidou os negros a apoiarem a seleção. O convite feito aos negros para apoiarem a equipe é compreendido como uma jogada magistral para a reconciliação racial. Mandela parabeniza a equipe vestindo uma camisa verde dos Springboks, em um estádio cheio de fãs delirantes (e brancos) de rugby.
Mandela com François Pienaar, capitão dos Springboks, após a final da Copa do Mundo de Rugby de 1995. No vídeo, os momentos finais do jogo e a cerimônia de premiação. (Jean-Pierre Muller / Agence France-Presse – Getty Images)
16 de junho de 1999 – Sucessão presidencial
Thabo Mbeki toma posse na presidência como sucessor de Mandela depois de vencer as eleições pelo ANC. Após cinco anos sob o comando de Mandela, o país ainda enfrenta graves problemas de miséria e crime. Mesmo assim, a transição para a democracia ocorre de forma respeisosa e evitando mortes por vinganças políticas.
01 de junho de 2004 – Aposenta-se da atuação pública
Mandela diz que vai reduzir drasticamente suas atividades públicas para que ele possa passar seus últimos anos descansando e escrevendo. Um mês antes de completar 86 anos, sua saúde já está frágil.
Em um discurso, Mandela disse: “Estou confiante de que nenhum presente aqui hoje vai me acusar de egoísmo se eu pedir para passar um tempo, enquanto eu ainda estou em boa saúde, com minha família, meus amigos e também comigo mesmo.” E ainda acrescentou: “Não me chame; Eu te ligo” (Agence France-Presse – Getty Images)
08 de dezembro de 2012 – Problemas de saúde preocupam o mundo
Mandela passa 19 dias internado, fazendo tratamento contra pneumonia. Mandela contraiu tuberculose e diversos problemas pulmonares durante os 27 anos que passou na prisão. Durante 2013 ele ainda voltará várias vezes ao hospital.
5 de dezembro de 2013 – Morre aos 95
O governo sul-africano anuncia que Mandela morreu. “Nossa nação perdeu seu maior filho”, disse o presidente Jacob Zuma em um discurso transmitido pela televisão na quinta-feira à noite, acrescentando que o Mandela tinha morrido às 8h50, hora local.
Via The New York Times.