Abaixo-assinados pedindo impeachment de Bolsonaro passam de 60
Levantamento feito pela Change.org considera período desde 2019; foram identificadas oito petições em defesa de Bolsonaro, com 3,4 mil assinaturas
Pelo menos 66 abaixo-assinados foram abertos pedindo o impeachment do presidente Jair Bolsonaro desde que ele assumiu o cargo. O dado consta de um levantamento feito pela maior plataforma de petições online do país, a Change.org, que também identificou a abertura de manifestos contra o afastamento do presidente: foram oito, no mesmo período.
As mobilizações a favor do impeachment engajaram neste intervalo de tempo – entre 2019 até janeiro deste ano – mais de meio milhão de assinaturas: 676.849, com exatidão. Enquanto isso, os oito abaixo-assinados que defendem o presidente não chegam a 3,5 mil apoiadores. Todos são de autoria de usuários da plataforma e não possuem ligações com ela.
Somente neste ano, 18 petições foram lançadas no site pedindo o impeachment de Bolsonaro. A maior delas acumula, sozinha, mais de 300 mil apoiadores. Segundo monitoramento feito pela plataforma, o engajamento começou a viralizar depois da falta de oxigênio em Manaus, em meio à pandemia, e do “escândalo do leite condensado”.
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“Estamos diante de uma situação onde o presidente da República desrespeita a Constituição, comete crimes de responsabilidade, coloca em risco o Estado Democrático de Direito e, infelizmente, a vida de milhares de brasileiros”, destaca o maior abaixo-assinado. “O remédio para esse quadro existe e está previsto em Lei. É o impeachment do presidente da República”, segue o texto, enfatizando que existem as condições jurídicas para o processo.
Apesar da onda recente de viralização, desde seu primeiro ano de mandato, Bolsonaro é alvo de mobilizações populares que pedem sua saída do poder. Em 2019, foram lançados 17 abaixo-assinados pedindo “Fora, Bolsonaro”. O maior, que reuniu pouco mais de 100 mil apoiadores, apontava como possível crime de responsabilidade do gestor a divulgação de um vídeo que ele havia feito em seu Twitter, com cenas obscenas em um bloco de Carnaval.
Já no ano passado, a média de petições lançadas pelo afastamento do presidente foi de mais de 2,5 por mês: 31 no total. Aquela que, na ocasião, mobilizou mais apoiadores – 102 mil – pressionava a Câmara dos Deputados a dar andamento aos primeiros pedidos de impeachment que chegavam. Ainda em um período pré-pandemia, as acusações contra Bolsonaro giravam em torno de sua participação em atos contra o Congresso e o Judiciário.
Assim como a quantidade de abaixo-assinados, o total de pedidos de afastamento que já chegaram ao Congresso Nacional também passa de 60. As solicitações vêm de diversas frentes, como de partidos de oposição, líderes de movimentos religiosos, juristas ex-alunos da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP) e, nesta semana, foi protocolado um pedido feito por oito profissionais da área da saúde – entre médicos e cientistas.
As solicitações de impeachment dependem da aceitação do atual presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), para começarem a andar. Lira, que era o candidato apoiado por Bolsonaro, foi eleito no dia 1º. Antes das eleições na Casa, a expectativa da oposição era que o então presidente Rodrigo Maia desse início ao processo de afastamento.
“O que precisamos agora é mostrar aos deputados, que ainda não apoiam a abertura desse processo, que chegou a hora de fazê-lo. Já existe o clima político. O Presidente Bolsonaro é um mal para o Brasil e não podemos nos omitir, caberá a nós, o povo, o dever de trabalhar para que ele seja afastado”, ressalta o abaixo-assinado, cobrando o afastamento.
As mobilizações em defesa do presidente
O levantamento feito pela Change.org ainda identificou petições a favor de Jair Bolsonaro – foram oito desde que ele colocou a faixa presidencial.
Juntos, os manifestos contra o impeachment acumulam 3.453 apoiadores. Nenhum deles foi aberto em 2019. Já em 2020 foram seis e, em janeiro deste ano, dois.