Ação de marketing de cervejaria é acusada de machismo por convidar mulheres a comprar sapatos enquanto homens assistem futebol

A Liga dos Campeões da UEFA é o campeonato de clubes de futebol mais consagrado do mundo. Suas finais têm apelo semelhante aos jogos da Copa ou do Super Bowl. A cervejaria Heineken, que patrocina a competição, aproveita os eventos para lançar as mais diversas campanhas e promoções. Mas, neste ano, o marketing da marca entrou em debate.

Para a final, que acontece neste sábado, 24, a cervejaria anunciou uma parceria com a grife de sapatos Shoestock. A ideia é que aconteça uma promoção de sapatos no horário da partida entre Real Madrid e Atlético de Madrid. “Um dos jogos mais aguardados do ano. Sem dispensar sua mulher. Desta vez, ela vai dispensar você”, informa texto do vídeo de divulgação da ação.

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A campanha gerou enorme debate em redes sociais e meios de comunicação por carregar um conteúdo encarado por muitos como sexista. Enquanto parte do público considerou a ação como normal e criativa, outra parcela pensa que associar às mulheres às compras e os homens ao futebol é reforçar um estereótipo que não contribui em nada para o respeito à diversidade e à igualdade de gêneros.

Até um evento no Facebook foi criado como forma de repúdio à marca. O “Dia Mundial Sem Heineken”, convoca homens e mulheres a dispensarem a cerveja da garrafa verde. “Nós dispensamos cerveja machista que nos trata como objeto sexual ou como propriedades mimizentas dos maridos, consumistas e fúteis ao ponto de esquecer do mundo enquanto estamos comprando sapatos”, diz o texto.

Vale lembrar que muitas ações de marketing são acusadas de machismo. Um exemplo recente é o da propaganda de rádio do Metrô de São Paulo, que sugeria que os homens aproveitassem a lotação dos trens para “xavecar a mulherada”.