Ação recolhe assinaturas para banir abate de jumentos no Brasil
A pele do animal é exportada ilegalmente para China, já que seu abate é proibido por liminar federal
A ONG The Donkey Sanctuary lançou uma campanha nacional pedindo o fim definitivo do abate de jumentos no Brasil. A ação #salvejegue recolhe assinaturas em uma petição (www.salvejegue.com.br) que será levada às autoridades brasileiras.
O abate de jumentos foi proibido em todo o país por uma liminar federal em fevereiro de 2022. Apesar disso, os animais continuam sendo mortos sem controle ou supervisão mínima e agora há crescente pressão política e pública para que esse comércio cruel seja interrompido permanentemente.
Aproximadamente 4.8 milhões de jumentos são abatidos todos os anos em todo o mundo. Só no Brasil, em 2021, mais de 60 mil foram abatidos. Estima-se que uma média de 1.200 estão sendo mortos a cada semana, mesmo com a existência de uma liminar (Processo nº 1002961-62.2019.4.01.0000, de 3 de fevereiro de 2022) que proíbe efetivamente a prática.
Segundo a ONG The Donkey Sanctuary, as evidências mostram que até 20% dos jumentos morrem antes de chegar ao matadouro, portanto, o número deste comércio cruel é maior do que os dados oficiais sugerem.
Jumentos em risco de extinção
O comércio, que levou a uma queda dramática na população de jumentos do Brasil, ocorre para atender à demanda chinesa pela pele do animal que são fervidas para produzir o ejiao, que alguns acreditam ter propriedades medicinais.
Os jumentos são transportados e mantidos em condições desumanas, sem acesso a água, comida ou cuidados veterinários suficientes.
“A natureza insustentável desse comércio é inaceitável, principalmente devido ao extenso sofrimento experimentado pelos jumentos, um importante símbolo da história e da cultura do Brasil”, disse Patricia Tatemoto, da The Donkey Sanctuary.