Acusado de deformar rostos, médico sofre interdição cautelar

O médico, que desfigurou pelo menos dez pessoas, estaria em depressão por não poder exercer a profissão

O médico Wesley Murakami é investigado por deformar o rosto de, pelo menos, dez pacientes em Brasília e em Goiânia. As pessoas foram submetidas a um preenchimento facial com polimetilmetacrilato (PMMA), a mesma substância usada pelo “Dr. Bumbum“.

O registro Murakami no CRM-DF consta como “interdição cautelar”, desde 14 de dezembro. A Polícia Civil investiga as denúncias.

Wesley Murakami teve o registro interditado pelo Conselho de Medicina
Créditos: Reprodução/SBT
Wesley Murakami teve o registro interditado pelo Conselho de Medicina

As vítimas relataram à polícia que foram convencidas a fazer a bioplastia pelo médico. O objetivo era preencher ondulações ou ressaltar características da face.

Uma das vítimas, que não quis se identificar, pagou R$ 5 mil para reduzir marcas de espinha, mas acabou desfigurada.

“Eu fiquei deformada, fiquei com vergonha de ir para a escola”, contou ao G1. “Colocava cabelo na frente. As pessoas me olhavam estranho e cada vez que eu tinha que me comunicar, porque eu tinha que lecionar, o meu rosto inchava mais, e aquilo me incomodava horrores.”

O empresário Alexandre Garzon procurou o médico em 2012. Ele também queria diminuir as marcas de espinhas e pagou R$ 7 mil pela cirurgia.

Alexandre Garzon depois de ser atendido por Wesley Murakami
Créditos: Reprodução/TV Globo
Alexandre Garzon depois de ser atendido por Wesley Murakami

“Quando eu vi o resultado, que eu olhei no espelho, o meu rosto estava gigantesco. Ele me deu até uma máscara para poder ir embora, e meu rosto ficava de fora da máscara, de tão grande.”

André Bueno, advogado de Wesley Murakami, disse que entrará com recurso junto aos Conselhos de Medicina para que o cliente volte a exercer a medicina.