Acusado de matar 4 mulheres em SP diz que sentia prazer no crime

A polícia afirma que Everton Junior Soares sentia "prazer" em ver suas vítimas morrendo

Everton Soares responderá pelo crime de feminicídio
Créditos: Reprodução/Polícia Ciivl
Everton Soares responderá pelo crime de feminicídio

A Polícia Civil de Votorantim, em São Paulo, segue investigando Everton Junior Soares, de 27 anos, suspeito de ter matado quatro mulheres entre 2014 e 2017. O acusado está preso desde junho de 2018.

De acordo com as autoridades, o homem, conhecido como Mexicano, teria confessado os crimes e, ainda, revelado sentir prazer durante os atos. Everton seguia um padrão nos crimes que consistia em amarrar o vestido da vítima no rosto da mesma e, em seguida, atear fogo na roupa amarrada. Depois, ele atacava o rosto da vítima com agressões a pedradas ou pauladas.

Segundo informações do portal UOL, a Polícia teria chegado até Mexicano após uma testemunha ter afirmado que ele confessou a autoria de dois dos quatro feminicídios dos quais é acusado.

Marcelo Munhoz Soares, delegado titular de Votorantim, relatou que, em dois dos quatro feminicídios foi constatada a existência de violência sexual, mas não de estupro, e que esse se trata de um crime cometido por “ódio”. “Ele [o acusado] agia com ódio. Tinha prazer em lesionar a mulher na região pubiana”.

Ainda segundo a Polícia Civil, Soares teria confessado que “só sentia prazer no momento em que as mulheres estavam sendo mortas”.

Dos quatro casos de feminicídio dos quais é acusado, as autoridades dizem que Soares participou efetivamente de pelo menos um deles: o assassinato de Mara Aparecida de Faria de Franca, de 44 anos, em dezembro de 2017.

Além de Everton, o pai dele, Edson Soares, de 49 anos, também está preso acusado de participação no crime. O advogado do homem afirma que seu cliente “não sabe de nada”. Testemunhas, no entanto, alegam terem vistos os dois com Mara, momentos antes de sua morte.

As outras mulheres que teriam sido assassinadas por Mexicano são Jéssica Roberta Pereira, de 30 anos, achada morta em maio de 2014; Rosângela da Cruz Silva, 50, executada em abril de 2015 e Lúcia Yumi Ukai Fukany, 52, que teve a vida ceifada em março de 2017.

Dessas três, a testemunha, que está sob proteção policial, diz que Everton teria confessado à ela o assassinato de Jéssica e Lúcia.

A defesa de Everton Junior Soares não se manifestou sobre o caso. O réu aguarda julgamento e continua preso.

FEMINÍCIDIO

Feminicídio é o homicídio de mulheres como crime hediondo quando envolve menosprezo ou discriminação à condição de mulher e violência doméstica e familiar. A lei define feminicídio como “o assassinato de uma mulher cometido por razões da condição de sexo feminino”, e a pena prevista para o homicídio qualificado é de reclusão de 12 a 30 anos.

Atualmente, só no Brasil, o número de mulheres que morrem ou são violentadas nesta situação é alarmante e demanda conscientização sobre os direitos e liberdades de cada um. No período de 1 ano, entre março de 2016 e 2017, o país registrou 8 casos do crime por dia.