Acusado de nazista: o que disse o pai do atirador da escola de Aracruz?

O pai jovem, que é tenente da Polícia Militar no Espírito Santo, porém, não comentou como o adolescente teve acesso à arma de fogo e ao carro

O pai do atirador de 16 anos que matou pessoas em duas escolas em Aracruz, no Espírito Santo, disse que os episódios de violência cometidos pelo filho foram “algo terrível”. Ele quer se desculpar com as famílias das vítimas no “momento oportuno”.

Acusado de nazista: o que disse o pai do atirador da escola de Aracruz?
Créditos: Reprodução/Twitter
Acusado de nazista: o que disse o pai do atirador da escola de Aracruz?

Quatro pessoas morreram e 12 ficaram feridas, sendo que cinco delas estavam internadas em estado grave até a tarde do último sábado, 26.

“Meu filho cometeu algo terrível, que nunca poderia ao menos imaginar”, disse o pai ao jornal O Estado de S.Paulo. O homem é tenente da Policia Militar do estado. Ele negou que o filho tenha se influenciado pelos ideais nazistas, no entanto a roupa que o jovem usava tinha uma suástica.

O pai havia postado nas redes sociais uma foto da capa do livro “Minha Luta”, em que Adolf Hitler expôs suas ideias antissemitas. A publicação causou debates nas redes sociais, com pessoas associando o pai à ação cometida pelo filho. “O livro é péssimo. Li e odiei”, disse o PM.

Atirador sofria bullying?

O pai do jovem de 16 anos disse, em entrevista ao “Domingo Espetacular”, da TV Record, que o filho sofreu bullying há cerca de dois anos e que aconteceu uma “transformação” de comportamento por parte do garoto.

“É um sentimento totalmente de surpresa. Diante de uma atitude dessas, inesperada. Nós nunca nem imaginávamos algo assim. Ele [o meu filho] passou por um problema de bullying, realmente há um período de aproximadamente uns dois anos. Ele andou reclamando disso com a gente. E, a partir desse momento, houve sim uma transformação”, relatou o pai do jovem, que também é tenente da Polícia Militar do Espírito Santo.

“[Se eu encontrasse os parentes das pessoas que morreram], com certeza, eu iria estar pedindo o perdão em nome do meu filho. E dizer o mais importante: tem pessoas maquiavélicas, pessoas do mal por trás. E o contato, eu acredito que seja pela internet, que manipula esses jovens, contamina eles. E levam eles a cometer esse tipo de atitude, a cometer tragédias como essa”, continuou.

O policial militar ainda disse que por conta da publicação tem recebido diversas ameaças, além de ser acusado da prática nazista.

“Estou recebendo uma série de ameaças, por parte de pessoas que eu não conheço, falando que eu sou nazista, que eu que ensinei meu filho a atirar, que eu forneci as armas para ele cometer esse tipo de atentado”, falou.

“Eles tiveram que deixar a cidade no mesmo dia do fato. Tinha um clamor muito grande, palavras de ódio e não seria prudente eles ficarem na região. O casal está muito abalado, perplexo com toda essa situação. Eles, a todo o momento, se questionam onde erraram na criação do filho”, disse Priscila Benichio Barreiros, advogada da família.

O atentado

O atirador de Aracruz assassinou quatro pessoas, três professoras e uma aluna do 6º ano Selena Zagrillo. Sete estão internados. O PM não comentou como o filho conseguiu ter acesso à sua arma e ao seu carro. Em depoimento à polícia, ele alegou ter planejado o atentado por dois anos, porém não teria apresentado motivação específica para tal ato criminoso.