Advogada trans será presidente de comissão da OAB pela primeira vez

A advogada Amanda Souto Baliza, de 30 anos, é ligada a movimentos sociais de defesa dos direitos humanos da população LGBTIA+

11/06/2021 17:55

Ligada a movimentos sociais de defesa dos direitos humanos da população LGBTIA+, a advogada Amanda Souto Baliza, 30 anos, se tornou a primeira mulher trans a assumir a presidência de uma Comissão Especial da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em uma seccional no país.

Advogada trans será presidente de comissão da OAB pela primeira vez
Advogada trans será presidente de comissão da OAB pela primeira vez - Reprodução/OAB-GO

A advogada foi empossada, na última segunda-feira, 7, como presidente da Comissão de Diversidade Sexual e de Gênero (CDSG) da OAB de Goiás.

Antes de chegar à chefia da CDSG, a advogada foi a primeira mulher transexual inscrita na OAB de Goiás a pedir a retificação do seu registro profissional de acordo com gênero. Este direito está previsto desde 2018 por decisão do Conselho Nacional de Justiça. Em 2016, a Resolução nº 5 do Conselho Federal da OAB (CFOAB) também regulamentou o uso do nome social para advogados e advogadas travestis e transexuais nos registros e carteiras de identidade profissional da entidade.

Em entrevista ao Estadão, Amanda afirmou: “Quando a gente fala do ‘timing’ que isso tudo está acontecendo também é importante, porque nós estamos no mês da visibilidade e a CDSG completa 10 anos agora em julho com a primeira presidente LGBTI+”, afirma a advogada que vê na sua gestão um ganho para a comunidade. “É uma forma de incentivo para que elas saibam que podem ocupar todos os lugares. Uma outra questão importante é que quando um grupo socialmente vulnerável começa a ser visto na sociedade e saindo da invisibilidade fica mais difícil que essa minoria seja perseguida”, avaliou.

A advogada ainda destacou quais serão as principais pautas discutidas na sua gestão. “A Comissão tem um assento no Comitê de Enfrentamento LGBTfobia do Estado de Goiás, esse é um assunto muito caro para a gente, a questão da violência que ainda é muito séria. Mas também nós não temos como fugir dos assuntos ligados ao direito da família, que são importantes para a comunidade LGBTI+”, explicou Amanda.