Advogado defensor dos direitos humanos é morto nas Filipinas

Contrário à política antidrogas do governo filipino, advogado foi morto enquanto caminhava por uma praça

Política antidrogas já causou a morte de mais 10 mil pessoas nas Filipinas desde 2016 – Wikipedia/Reprodução 

Desde que assumiu a presidência das Filipinas, em junho de 2016, Rodrigo Duterte empenhou-se numa fúnebre campanha de guerra às drogas, cujo maior resultado se dá em sucessivos episódios de violação de direitos humanos. Além de mais de 12 mil mortos em operações policiais ou execuções extrajudiciais não esclarecidas.

Na última terça-feira, 6,  a morte do advogado Benjamin Ramos, 56 anos, expôs aos mundo o lado controverso de um governo que não esconde sua retórica facínora, assumidamente inspirada no legado de Adolf Hitler.

Segundo informações do jornal The  New York Times, Benjamin Ramos era secretário-geral do Sindicato Nacional dos Advogados do Povo (NUPL).

Oferecia, gratuitamente, assistência jurídica para clientes pobres alvos da polícia, soldados e esquadrões da morte.  A exemplo do recente massacre que, em outubro, deixou nove camponeses mortos na província de Negros Occidental. As vítimas acampavam em uma fazenda na cidade de Sagay onde reivindicavam questões ligadas à reforma agrária. Entre os mortos, estavam dois menores.

Ramos também era conhecido por defender causas ambientalistas, presos políticos e comunidades ruais. Foi morto por homens em uma moto que dispararam  contra ele  enquanto caminhava por uma praça, em Kabankalan, no centro do país. Em nota, a NUPL divulgou um comunicado no Facebook, lembrando ao menos 34 advogados foram assassinados nas Filipinas desde que Duterte assumiu o poder. Todos eles ligados à luta de minorias.

Segundo a Global Witness, as Filipinas são o segundo país perigoso do mundo ativistas ambientais ou ligados a pautas agrícolas. Em 2017, 48 pessoas foram mortas e, neste ano, apenas no primeiro semestre, 24. Perde apenas para o Brasil.