Advogado negro é barrado em tribunal e hostilizado por seguranças
O advogado chegou a ser algemado e levado pelos braços por seguranças devido um elevador que, segundo os profissionais, não deveria ser usado por ele
As pessoas negras seguem sendo vítimas de ações de conotação racista que visam impedi-las de estar no mesmo espaço que pessoas brancas.
Assim como esta loja estrangeira e esta brasileira, seguranças do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região, localizado em São Paulo, barraram um advogado negro que entrava no prédio para uma reunião com uma desembargadora.
A vítima foi o advogado Flávio César Damasco, de 60 anos, e o caso aconteceu em 10 de novembro de 2016.
As imagens das câmeras, divulgadas pelo site Estadão, mostram que Flávio entra no prédio normalmente, até ser abordado por um segurança enquanto esperava o elevador.
O profissional afirma que foi questionado se ele era mesmo advogado, e afirmando também que ele deveria se identificar.
Racismo
advogado foi barrado no tribunal, os seguranças não acreditaram que ele é advogado por ser negro.— José Eduardo Moreto (@dumoreto) June 6, 2017
Flávio foi informado ainda que o elevador deveria ser usado apenas por juízes e integrantes do Ministério Público.
Ele disse que só iria se identificar se o pedido fosse feito com educação. O vigia afirmou que “não iria pedir com educação coisa nenhuma” e “se não calasse a boca, iria chamar a segurança”, segundo relato para mesma reportagem.
Nas imagens, é possível ver que um elevador fica disponível, mas o advogado é barrado por um vigia. Em outro momento, outros agentes cercam Flávio e uma discussão começa.
Em seguida, dois seguranças arrastam o advogado pelo braço para a recepção, algemam-no e expulsam o profissional do prédio, dentro de um carro do TRT. Tudo terminou na delegacia.
O tribunal afirmou ao mesmo site que os seguranças agiram corretamente e que a responsabilidade pelo fato é do advogado.
A OAB aproveitou o caso para fazer um ato de desagravo, questionando ao Conselho Nacional de Justiça os “privilégios” que algumas carreiras do ramo possuem.
“Numa República, não se admite que existam espaços públicos reservados para uso exclusivo de autoridades, que privilegiem alguns em detrimento de outros”, disse ao Estadão Marcos da Costa, presidente da OAB de São Paulo.
Sessão de Desagravo – Flavio Cesar Damasceno
Posted by OAB SP on Monday, June 5, 2017
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