Agência Lupa checa verdades e mentiras da violência de gênero

Por Agência Lupa

10/03/2017 16:37

A Agência Lupa, que faz o serviço de checagem de informações que circulam pelo país, preparou uma série especial para mostrar o que é verdadeiro e o que é falso quando estamos falando de violência contra a mulher.

Denúncias de agressões contra mulheres tiveram aumento de 83% no país
Denúncias de agressões contra mulheres tiveram aumento de 83% no país - Reprodução/iStock

Segundo relatório do Ligue 180, a central de atendimento à mulher, divulgado pelo governo federal no último dia 8, Dia Internacional da Mulher, os relatos de agressão tiveram um aumento de 83% em um ano _ saltaram de 76.651 em 2015 para 140.350 em 2016. Com base nesse material, a repórter Luisa Bustamante produziu a checagem. Confira a seguir trechos do resultado, que pode ser conferido aqui na íntegra.

  • Afirmação: “Mulheres em situação de violência dependem financeiramente dos agressores”
    Resultado da checagem: FALSO
    Justificativa: dos casos relatados ao Ligue 180, somente 36,63% das mulheres vítimas dependiam financeiramente dos agressores. Outras 63,37% se consideravam independentes economicamente deles.
  • Afirmação: “A violência contra a mulher atinge mais as negras”
    Resultado da checagem: VERDADEIRO
    Justificativa: segundo o último balanço do governo, 60,53% das denúncias de agressão registradas pelo Ligue 180 foram cometidas contra mulheres negras, sendo 49,44% contra pardas e 11,09% contra pretas. Na comparação, 38,22% dos atos violentos foram direcionadas a brancas. Um total de 0,76% a mulheres que se declararam amarelas, e 0,49%, indígenas.
  • Afirmação: “Os agressores são pessoas desconhecidas das vítimas”
    Resultado da checagem: FALSO
    Justificativa: os dados colhidos pela central de atendimento do governo federal mostram que 65,91% das denúncias recebidas são de violência cometida por companheiros ou ex-companheiros. Desses, mais da metade, 53,41%, acontecem dentro de relacionamentos que duram mais de cinco anos.
  • Saiba como agir em casos de violência contra a mulher. Nesta reportagem, explicamos quando o assédio pode ser considerado crime e o que deve ser feito nesses casos.