AGU envia nova ‘edição’ à revista que comparou Bolsonaro a Hitler

Por direito de resposta, governo exige uma retratação completa

A Advocacia-Geral da União (AGU) enviou um pedido de direito de resposta à revista IstoÉ por ter retratado Jair Bolsonaro (sem partido) como Adolf Hitler, ditador alemão que foi o principal responsável pelo Holocausto.

Na notificação extrajudicial, o advogado-geral da União, Bruno Bianco, sugere uma nova capa favorável ao presidente. Veja:

AGU enviou uma notificação extrajudicial à revista IstoÉ
Créditos: Divulgação/AGU
AGU enviou uma notificação extrajudicial à revista IstoÉ

“O periódico, estranhamente, omisso sobre os programas e avanços públicos desenvolvidos pelo Estado brasileiro na seara da saúde desde o início da crise sanitária, no que repercute em difusão de informações dotadas de parcialidade, com prejuízos não só ao agente alvo de infundada criminalização, mas ao público leitor, o que corrobora a pertinência deste pedido de resposta”, diz o pedido.

AGU x IstoÉ

A capa da revista IstoÉ causou polêmica nas redes sociais na noite da última sexta-feira, 15. A publicação traz uma montagem em que o rosto de Bolsonaro aparece no corpo de Hitler durante um discurso do nazista, com a seguinte legenda: “As práticas abomináveis do mercador da morte”. No lugar do bigode, a publicação escreveu genocida.

Capa da revista IstoÉ compara Bolsonaro a Hitler e chama o presidente de “mercador da morte”
Créditos: Divulgação/IstoÉ
Capa da revista IstoÉ compara Bolsonaro a Hitler e chama o presidente de “mercador da morte”

A reportagem, assinada pelos jornalistas Marcos Strecker e Ricardo Chapola, descreve a gestão o da pandemia como uma “catástrofe” perpetrada por Bolsonaro e “seus asseclas”, além de afirmar que o presidente defendeu a eugenia, em referência a declarações sobre a morte de idosos.

O texto diz ainda que Bolsonaro demonstrou princípios da ideologia nazista, como a perversidade e o desprezo à vida. “Ele estimulou que vítimas da covid fossem tratadas como cobaias e defendeu a eugenia, ao apontar que idosos (“velhos vão morrer de qualquer jeito”) e fracos (“sem histórico de atleta”) pudessem sucumbir.

CPI da Covid

A reportagem da IstoÉ ainda compara a CPI da Covid ao Tribunal de Nuremberg –que julga crimes de guerra.

“Com a conclusão dos trabalhos da CPI da Covid, o Brasil está enfrentando seu momento Nuremberg. É hora de compreender a extensão da catástrofe perpetrada pelo presidente e por seus asseclas. E é o que a comissão está fazendo. Renan Calheiros deve entregar o relatório final nesta terça-feira, 19, e ele será votado no dia seguinte”. Leia a reportagem completa aqui.