Ajude a Casa 1 a continuar com o acolhimento de LGBTs em SP
O jornalista Iran Giusti, idealizador do projeto, anunciou que a Casa 1 vai fechar as portas no final de 2019; veja como apoiar
Em 2016, o jornalista Iran Giusti criou um projeto que tinha um objetivo em especial: acolher LGBTs expulsos de casa por suas famílias. Durante os últimos três anos, a Casa 1, localizada na região central de São Paulo, acolheu mais de 200 pessoas e, atualmente, tem 20 residentes, 41 crianças que frequentam diariamente o centro cultural e cerca de 300 alunos por mês nas aulas de inglês, espanhol, costura, canto e yoga. Além disso, a iniciativa promove doações de roupas todos os dias, e atendeu outras centenas de pessoas online e 70 pacientes em processo psicoterápico na clínica social.
Embora a ideia tenha ganhado muita repercussão, nesta segunda-feira, 11, Iran anunciou que a Casa 1 vai fechar as portas no final de 2019. O motivo? A falta de recursos para manter a estrutura necessária da instituição. “Quando criei a Casa 1 ela tinha um tempo de início, meio e fim. Na minha inocência, em um ano conseguiria mostrar pras pessoas a necessidade do espaço e coletivamente o projeto seguiria”, escreveu o jornalista.
https://www.facebook.com/iran.giusti/posts/10218439079111261
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De acordo com a publicação, o gasto mensal da Casa 1 é de R$ 40 mil, sendo que apenas o aluguel custa R$ 13 mil. Inicialmente, a iniciativa conseguiu se manter graças ao financiamento coletivo e apoio de algumas marcas, mas, hoje, esse valor não cobre o que é preciso para manter os atendimentos.
Na semana passada, inclusive, Iran precisou pedir doações de alimentos não perecíveis. “Dois anos de trabalho, parcerias com empresas gigantes, apoio de muita gente legal e ainda precisamos pedir arroz e feijão. Passados esses dois anos veio o alerta: não dá mais”, ressaltou na rede social.
“A ideia sempre foi ter um espaço coletivo, financiado coletivamente e a parceria com as empresas seria um complemento e uma possibilidade de ampliação, mas infelizmente a adesão foi menor que a da demanda do projeto. Desde o começo fechamos com as contas certinhas, mas desde janeiro temos deficit”, afirma o idealizador em entrevista à Catraca Livre.
Segundo ele, desde novembro, com a eleição do atual presidente Jair Bolsonaro, as empresas interessadas em apoiar a instituição desapareceram. “Outra questão é a incerteza dos serviços públicos e o sucateamento da rede”, completa.
Para o jornalista, além da eleição de Bolsonaro ter influenciado a situação atual da iniciativa, a esfera estadual também é outro agravante. “A Casa 1 abriu junto com Doria chegando a prefeitura e acompanhamos de perto o sucateamento da estrutura pública algo que agora vai acontecer também no estado e no campo municipal com a gestão do Bruno Covas.”
Como ajudar a Casa 1
A decisão de encerrar a Casa 1 foi “quase impossível”, como ressalta Iran Giusti. “A gente nasceu e vive resistência e dói demais a possibilidade de fechar as portas, em especial nesse momento tão necessário”, diz.
O anúncio do fim do projeto causou grande mobilização nas redes sociais e também por parte dos antigos e atuais moradores, que estão em busca de ajuda da sociedade, de editais e de empresas para manter o local.
Quer contribuir com uma iniciativa tão importante como esta? Compartilhe o conteúdo, se voluntarie por meio do site ou contribua com o financiamento coletivo neste link.
O idealizador ressalta que o valor de contribuição mínimo, de cerca de R$ 10, é a forma mais segura para a manutenção da casa. “É muito mais forte e seguro para nós que tenhamos 10 pessoas doando R$ 10 do que uma doando R$ 100. Isso garante que mesmo uma outra pessoa passando por dificuldades e deixando de contribuir as contas não ficam em aberto, ao contrario de um doador de R$ 100 reais deixar de contribuir”, finaliza.