Alckmin: “SP tem índices de homicídios melhores que Washington”
Ex-governador de São Paulo foi o quarto convidado do programa Central das Eleições, transmitido pela GloboNews
Quarto convidado do programa Central das Eleições, série de debates com os candidatos à Presidência da República realizado pela GloboNews, Geraldo Alckmin (PSDB) dissertou sobre as propostas de seu governo em uma eventual vitória nas eleições de outubro.
Questionado sobre a indicação da senadora gaúcha Ana Amélia (PP) à chapa presidencial, o ex-governador não poupou elogios à aliada. “Tivemos a possibilidade de escolher a melhor vice-presidente. Não existe pessoa mais respeitada, admirada e querida por todos os partidos do que a senadora Ana Amélia”.
Em relação ao atual cenário político do país, o tucano ressaltou que a sociedade vive um momento de muito ódio e que, dessa forma, não avançará. “Muito nós contra eles”.
A dois meses da eleição mais indefinida desde o processo redemocratização, Alckmin afirmou que, com a crise de representatividade nas urnas, o eleitor votará nas pessoas, não em uma sigla. Ressaltou ainda que, independente dos conflitos partidários, os brasileiros estão à espera de resultados. “Não existe um partido que não esteja fragilizado. Nós precisamos fazer uma reforma política, reforma tributária, reforma previdenciária, reforma de estado.Precisamos sair do marasmo, agir com rapidez!”
Sobre o envolvimento do PSDB com o atual governo de Michel Temer, em meio ao processo de impeachment de Dilma Rousseff, o tucano foi enfático: “Não fomos nós que escolhemos o Temer. Quando você escolhe o vice, sabe que ele é o eventual substituto. Quem escolheu o Temer foi o PT”.
Confira o que destaque na entrevista realizada na noite desta quinta-feira, 2
Planos de governo
“Eu quero ser presidente da República para mudar esse país cartorial, burocrático. Vamos simplificar, desburocratizar, destravar a economia. Hoje, o governo é ônus para o trabalhador. Vamos mudar a cultura: governo vai servir a sociedade!”.
Fraudes em licitações do metrô
“Nossas campanhas sempre foram modestas e rigorosamente dentro da lei. Quem está na vida pública tem que prestar contas 24 horas. E é isso que eu faço todo dia”.
Carreira política
“Eu não tenho apenas ficha limpa, tenho vida limpa. Moro no mesmo apartamento há 30 anos, não aumentei patrimônio. Quem enriquece na política é ladrão. Política é servir às pessoas”.
Violência urbana
“São Paulo tinha 13 mil assassinatos por ano em 2001. No ano passado foram 3.503. Caiu roubo, latrocínio, homicídio. É um case internacional. São Paulo hoje tem indicadores de homicídios melhores que Washington. No Brasil, são 62,5 mil assassinados por ano”.
Ajustes
“O ajuste fiscal já deveria ter sido feito. Quem assumir em janeiro terá o 6º ano de déficit primário. Sou da escola do Mário Covas. Pegamos um estado que não pagava salário, devia aos fornecedores, tinha 500 obras paradas e pusemos a casa em ordem”.
X da questão
“O Brasil perdeu competitividade, é um país caro. Um automóvel aqui custa 2,5 vezes o que custa nos Estados Unidos. Burocracia, falta de logística, falta de poupança interna. É preciso agir na causa dos problemas”.
Privatizações
“Eu vou sim fazer privatização. Governo tem que ser planejador, regulador e fiscalizador. Não deve ser empresário. Mas não pretendo privatizar a Petrobrás, nem o Banco do Brasil”.
Recuperação econômica:
“Pretendo reduzir o imposto de renda de pessoa jurídica para trazer investimentos para o Brasil. O foco é a retomada do crescimento e a geração de empregos”.
Ao sul da fronteira
“O Brasil está num momento de decisão: queremos dobrar a renda como o Chile, ou o populismo da Venezuela? Defendo responsabilidade fiscal, transparência, tomar medidas rápidas. Não queremos o risco do populismo nem o descaminho do extremismo”.
Pirotecnia eleitoral
“Eu não vou mudar, não sou showman. Não acho que vamos fazer escola a bala, construir hospital a bala, fazer acordo comercial a bala. Mário Covas dizia: o povo não erra, precisa ter todas as informações. Vamos, na campanha, conversar com a população”.
- O Brasil de Geraldo Alckmin para os próximos quatro anos