Além de Bolsonaro, quais outros presidentes não passaram a faixa?

Na história, apenas outros dois presidentes se recusaram a passar a faixa presidencial; curiosamente, ambos eram militares, assim como Bolsonaro

01/01/2023 13:59

Presidente Jair Bolsonaro recebeu a faixa presidencial de Michel Temer em 1º de janeiro de 2019.
Presidente Jair Bolsonaro recebeu a faixa presidencial de Michel Temer em 1º de janeiro de 2019. - Divulgaão/Twitter @micheltemer

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) não será o único da história a não passar a faixa presidencial. O candidato à reeleição perdedor das urnas viajou na última sexta-feira, 30, para Orlando, nos EUA, e não irá participar da cerimônia de posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Na história do Brasil, outras duas vezes isso aconteceu. A não passagem da faixa presidencial de um presidente a outra ocorreu do militar João Figueiredo para José Sarney, em 1985, e do militar Floriano Peixoto para Prudente de Morais, em 1894.

Curiosamente, nas três vezes em que a faixa presidencial não foi passada de um presidente a outro, os três presidentes ressentidos eram militares.

De João Figueiredo para José Sarney

Em 15 de março de 1985, João Figueiredo, último presidente da ditadura militar, deveria passar a faixa para Tancredo Neves, eleito de forma indireta, marcando a retomada da democracia no Brasil.

Porém, Tancredo passou mal na noite anterior e precisou ser operado na madrugada. Com isso, instalou-se a dúvida de quem receberia a faixa: o vice-presidente, José Sarney, ou o presidente da Câmara, Ulysses Guimarães.

Com a escolha de Sarney para representar Tancredo, o militar João Figueiredo recusou-se a participar da cerimônia. Sempre foi um fraco, um carreirista. De puxa-saco passou a traidor. Por isso não passei a faixa presidencial para aquele pulha. Não cabia a ele assumir a Presidência”, disse em entrevista a Isto É, antes da sua morte, em 1999.

De Floriano Peixoto para Prudente de Morais

Em 15 de novembro de 1894, o militar Floriano Peixoto não compareceu à cerimônia de transmissão do cargo para seu sucessor, Prudente de Morais. A tarefa coube a um de seus ministros.

“Foi pirraça”, disse o jornalista Natale Netto, autor de “Floriano, o Marechal Implacável”, para a Agência Senado, sobre a recusa de Floriano de comparecer à posse do sucessor.