Alexandre de Moraes determina bloqueio do Telegram em todo Brasil
Na decisão, o ministro do STF exigiu que as operadoras de telefonia realizem o corte no funcionamento da plataforma
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou, nesta sexta-feira, 18, o bloqueio do aplicativo de mensagens Telegram em todo Brasil. Na decisão, ele exigiu que as operadoras de telefonia realizem o corte no funcionamento da plataforma. Em caso de descumprimento será aplicada multa diária de R$ 100 mil.
A decisão do ministro do Supremo atende um pedido da Polícia Federal, após o Telegram não acatar as decisões judiciais para bloqueio de perfis apontados como disseminadores de informações falsas, incluindo o do blogueiro bolsonarista Allan dos Santos.
No pedido, a PF diz que “o aplicativo Telegram é notoriamente conhecido por sua postura de não cooperar com autoridades judiciais e policiais de diversos países.”
- Instagram inova com ferramenta para nudes enviadas na DM; entenda
- Esta notícia é para quem quer garantir a revisão da vida toda no INSS
- INSS: decisão sobre revisão ‘da vida toda’ sofre nova reviravolta no STF
- Revisões do INSS estão por um triz após decisão do STF; entenda:
Segundo a Polícia Federal, o Telegram usa a “atitude não colaborativa” com autoridades “como uma vantagem em relação a outros aplicativos de comunicação, o que o torna um terreno livre para proliferação de diversos conteúdos, inclusive com repercussão na área criminal”.
Em fevereiro, Moraes havia determinado que o aplicativo de mensagens fizesse o bloqueio de perfis acusados de disseminar desinformação, no entanto, o STF não conseguiu intimar a representação no Brasil da empresa responsável pelo aplicativo.
Em outra frente, no início do mês, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) também tenta localizar os representantes da empresa, por meio do escritório de advocacia no Brasil. Um ofício foi endereçado ao diretor-executivo do serviço de mensagens, Pavel Durov.
As autoridades temem que o Telegram seja palco para a desinformação no país por não buscar implementar meios de barrar a disseminação de informações sabidamente inverídicas. No aplicativo, por exemplo, é possível formar grupos com centenas de milhares de pessoas, que recebem mensagens simultaneamente. O principal concorrente, o WhatsApp, por exemplo, permite grupos de apenas 300 pessoas.
Moraes ressaltou que o Telegram vem descumprindo as decisões que determinam a suspensão de perfis, em uma atitude de “total omissão em fazer cessar a divulgação de notícias fraudulentas e a prática de infrações penais”.
“O desprezo à Justiça e a falta total de cooperação da plataforma Telegram com os órgãos judiciais é fato que desrespeita a soberania de diversos países, não sendo circunstância que se verifica exclusivamente no Brasil e vem permitindo que essa plataforma venha sendo reiteradamente utilizada para a prática de inúmeras infrações penais”, afirmou.
Com informações da Agência Brasil.