Almoço e Poesia

Por: Keila Baraçal

A história da literatura no Brasil passa por diversas influências e tem os mais variados contextos. Desde temas ligados ao prazer e à culpa cristã – no século 18 –  passando pela questão da escravidão, no século 19, até o nacionalismo, amplamente discutido no século 20. Para quem quer saber destes e de outros assuntos relacionados aos autores e palavras brasileiras, a Casa das Rosas apresenta a partir desta quarta-feira, 4, a “Poesia Aperitivo”. São aulas com meia hora de duração – sempre com início as 12h30. A missão é mostrar aos que passam pelo local na hora do almoço um panorama dos escritores de destaque da história literária. Todos os encontros serão ministrados pelo poeta e diretor do espaço, Frederico Barbosa. (Veja a galeria de imagens abaixo)

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Casa das Rosas conta a história de seis poetas brasileiros; encontros acontecem até abril

Passando pelos anos de 1690. Gregório de Matos, poeta baiano, é conhecido como “Boca do Inferno”. É de sua autoria poemas tidos como sarcásticos. Fez ele parte do movimento literário denominado Barroco, cujo estilo fica marcado pela linguagem rebuscada e repleta de paradoxos. É nesta época que o mundo passa pela transição entre o teocentrismo (quando a figura de Deus gira em torno de todos os assuntos) e pensa sobre o antropocentismo (o homem é o centro das questões existenciais). Gregório de Matos inaugura as apresentações nesta quarta-feira, 4, às 12h30.

Na semana seguinte, 11 de março, no mesmo horário, será a vez de Álvares de Azevedo. Poeta da segunda fase no Romantismo brasileiro, Azevedo é dono de poesias, em que alguns dos temas cercam a questão da morte. Seus textos sofreram influência de Lord Byron, poeta inglês.

Após Azevedo, no dia 25 de março, será a vez do baiano Castro Alves, poeta da terceira geração do romantismo no Brasil. Sua obra é conhecida por temas abolicionistas. O autor apoiou causas como a independência da Bahia, além de o desejo de lutar contra a escravidão no país.

Manoel Bandeira será apresentado ao público no dia 1º de abril. Bandeira faz parte da primeira geração do modernismo. Ele foi um dos protagonistas da semana de Arte Moderna de 22, realizada no Teatro Municipal de São Paulo. Tem tons melancólicos  –  sempre à espera da morte, por conta de sua tuberculose –“Vou-me embora para Pasargada” é um exemplo desta situação.

Contemporâneo a Bandeira, o poeta mineiro Carlos Drummond de Andrade também terá vez nas apresentações. Questões ligadas à sua  e ao seu trabalho serão apresentados no dia 8 de abril. Em seus poemas é possível encontrar temas ligados ao homem, à existência humana, família e amor.

Por fim, para encerrar a série de poesia na hora do almoço, o pernambucano João Cabral de Melo Neto será apresentando no dia 15 de abril. O poeta pertence à terceira geração modernista brasileira. Sua obra é conhecida por ser uma poesia engajada. “Morte e Vida Severina” é uma de suas obras mais conhecidas. Nela são abordadas diversas questões sociais pertinentes à época – a vida de retirantes nordestinos, por exemplo.