Alunas denunciam estupro durante jogos universitários em SP
Uma jovem afirma ter sido estuprada em uma festa na sexta-feira, dia 27, durante a edição anual do JUCA (Jogos Universitários de Comunicação e Artes), em Sorocaba, interior de São Paulo. O caso foi denunciado por uma aluna da ECA (Escola de Comunicação e Artes da USP) aos seguranças do local, que expulsaram o agressor, estudante do Instituto de Física da USP.
Após o caso, a jovem foi levada à delegacia para fazer boletim de ocorrência. De acordo com a nota de repúdio publicada no Facebook pela ECAtlética, o estupro ocorreu na festa “FestECA Sem Meio”, evento de alunos da universidade que fez parte do JUCA. O texto foi assinado por cerca de 70 entidades universitárias de todo o país.
Ao ser abordado pelo segurança do evento, o garoto mostrou-se violento e o agrediu, além de alegar ser gay como “argumento” para não ser punido. Ele foi expulso da festa e dos jogos, segundo o texto. O comunicado da atlética da ECA também afirma que esta não é a primeira vez que o rapaz é acusado de cometer um estupro durante um evento universitário. Confira a nota na íntegra.
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Em nota, a assessoria de imprensa da USP afirma que, para que sejam tomadas as medidas internas cabíveis (sindicância e processo disciplinar), a vítima deve formalizar a ocorrência junto à instituição. De acordo com o comunicado, a aluna em questão ainda não apresentou nenhuma queixa formal à Universidade, que tomou conhecimento do caso pelas redes sociais.
“Após a denúncia formal, é feita a comunicação à Comissão de Direitos Humanos da USP, ao Escritório USP Mulher e tomadas as demais providências legais. É necessário que as vítimas conheçam e confiem nos meios institucionais postos à sua disposição para o acolhimento, orientação jurídica e encaminhamento para a área médica”, diz o texto.
Muitos outros casos de assédio sexual foram denunciados por meio das redes sociais depois dos jogos universitários na última semana. Em outra festa, realizada na quinta-feira, uma jovem teve seu órgão genital tocado por um homem, que teria levado a mão da vítima ao seu pênis. Veja o relato na íntegra.
“Eu e minhas amigas ficamos espantadas em perceber que os seguranças não ajudaram a menina por conta própria. Se nós não tivéssemos tido a coragem de intervir na situação (porque sim, ficamos com medo de ao abordar o menino sermos agredidas ou qualquer coisa do tipo) essa menina poderia ter passado por muito pior – e já é um absurdo ter seu órgão invadido por um desconhecido pelo simples fato de se estar bêbada (ou não)”, diz a publicação.
Em outro post, uma estudante relatou uma série de assédios que presenciou durante o JUCA.
“Eu vi muitas meninas serem tocadas de uma forma que não queriam, e mesmo demonstrando isso claramente, não foram respeitadas. Eu ouvi os comentários mais machistas possíveis sobre como tratar mulheres como objetos. Eu vi caras forçando a barra mesmo quando as meninas diziam NÃO. Porque é tão difícil aceitar um não?”, afirma.