Aluno branco que usou cotas vai desistir de medicina na UFMG
Com informações da Folha de S.Paulo
No último domingo, dia 24, a Folha de S.Paulo revelou que dezenas de estudantes ingressaram em medicina na UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) usando o sistema de cotas de forma fraudulenta.
Após a denúncia, um dos alunos brancos que se autodeclararam negros para entrar no curso, Vinicius Loures, de 23 anos, disse que vai encerrar sua matrícula e estudar para passar no vestibular sem usar o sistema.
Na UFMG, quando o candidato se autodeclara negro, pardo ou índio, concorre a uma vaga dentro do subgrupo que se colocou — são quatro variações, mas todas têm a exigência de ter estudado em escola pública. As notas de corte para cotistas têm até 28 pontos a menos no Enem do que na concorrência sem cotas.
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Em entrevista ao jornal O Tempo, Loures reconheceu o erro e afirmou que não pensou na fraude ao se inscrever no curso. “Vou me ‘desmatricular’ já, estudar e tentar passar de novo, sem fraudar o sistema, que é legítimo. Apesar de ter feito isso, eu não concordo com fraudes nas cotas, nem acho que as cotas não sejam importantes.”
Segundo o jovem, ele está torcendo para que sua vaga “vá para uma pessoa negra” e para que as denúncias representem um marco na história da UFMG, formada majoritariamente por alunos brancos.
A universidade declarou que vai aperfeiçoar as regras de cotas e que está investigando as denúncias para que os estudantes fraudulentos tenham suas matrículas encerradas.
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