Alunos da UFRA são acusados de racismo e apologia ao estupro
Após as denúncias, a universidade enviou uma nota sobre o ocorrido
Um grupo de alunos da Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA), do campus em Belém, no Pará, está sendo acusado de racismo e de fazer apologia ao estupro por meio de um grupo de mensagens criado entre eles WhatsApp.
A conversa, que viralizou no último domingo, 5, mostrou os participantes dizendo frases como “bora logo meter o estupro” e “estupro, não. Sexo surpresa”. É possível ver também o conteúdo machista e racista das mensagens: “Aí depois perguntam por que eu não gosto de preto”. “Tô querendo comprar um anão, acho que branco deve tá caro. Um negro deve ser mais barato”, dizia outra ofensa.
A ameaça de um possível ataque contra uma mulher surgiu depois de um dos rapazes ter compartilhado supostamente uma foto de uma colega da UFRA.
De acordo com o “Uol”, o grupo virtual é composto por alunos de diferentes cursos, como Informática e Engenharia Cartográfica e de Agrimensura. Ainda segundo a publicação, a UFRA confirmou que os envolvidos fazem parte da instituição e que a reitoria realizou uma reunião para debater o ocorrido.
Contudo, até a manhã desta quarta-feira, 8, o resultado não foi divulgado à imprensa, já que dezenas de pessoas usaram o perfil da universidade no Facebook para comentar o caso. Os internautas que não se indignaram com o ocorrido pediram um retorno da instituição sobre quais medidas tomarão com relação aos supostos agressores.
INICIATIVA
Quatro alunas da UFRA procuraram a Polícia Cívil na última terça-feira, 7, para denunciar os rapazes que insinuaram cometer abusos sexuais na instituição.
A denúncia foi registrada na Divisão de Prevenção e Repressão a Crimes Tecnológicos (DPRCT). Contudo, de acordo com o “G1”, as meninas levaram apenas “prints” das conversas e, para o andamento das investigações, o delegado pediu para que levassem os aparelhos celulares.
PROTESTO
Após a divulgação das conversas, estudantes da instituição realizaram um protesto no restaurante da universidade, com cartazes espalhados nas paredes do prédio que continham trechos das conversas.
Em nota, a UFRA declarou repudiar “veementemente as ações de apologia a crimes previstos na legislação brasileira”, porém “não cabe a esta Universidade controlar os conteúdos exauridos por alunos em seus aparelhos telefônicos pessoais, mesmo não compactuando com tais conteúdos”.