Alunos de colégio militar chamam Bolsonaro de ‘salvação da nação’
Na última sexta-feira, 4, o deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) postou em suas redes sociais um vídeo, no mínimo, assustador.
Nas imagens, vários alunos de um colégio militar do estado de Amazonas aparecem enfileirados diante de dois policiais militares e repetindo em coro um convite para o político participar da formatura deles: “Convidamos Bolsonaro, salvação dessa nação/ Nos quatro cantos ouvirão completa nossa canção”.
O vídeo ainda traz uma aluna em traje militar dirigindo-se ao presidenciável Jair Bolsonaro e dizendo: “Gostaríamos que o senhor pudesse nos honrar com a sua presença em nossa formatura militar”. Outra aluna completa: “Nosso convite deve-se à sua trajetória ética e ao seu compromisso com a educação“.
- Golpistas ficam decepcionados com mensagem de comandante do Exército
- Emocionado, Bolsonaro chora durante evento militar em Brasília (DF)
- Vídeo: Bolsonaristas agridem menores dentro de ônibus em SP
- Deputado bolsonarista diz que universitários merecem ser queimados vivos
Antes das cenas dos alunos, Bolsonaro apresenta o vídeo dizendo ser o “convite irrecusável” e colocando o Colégio Waldocke Fricke de Lyra como “um exemplo de ensino que deveria ser adotado em todas as escolas públicas do Brasil”.
De acordo com a “Folha de S. Paulo“, o presidente do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana, Glen Wilde Freitas, classificou a iniciativa de “doutrinação nazifascista de crianças e adolescentes”. “É igual ao que se fazia nas escolas alemãs dos anos 1930”, lamentou Freitas ao jornal.
Representante da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Freitas solicitou nesta segunda-feira, 7, uma explicação ao comando da PM e à Secretária de Educação sobre o convite a Bolsonaro.
“Simplesmente não abri minha boca como muitos, escola doutrinada”, criticou um dos alunos do próprio colégio nas redes sociais. A comissão de formatura em nenhum momento veio me perguntar se era a favor de fazer o vídeo, simplesmente obrigaram, depois ficaram dizendo que a maioria concordou, só não falo mais porque ainda estudo nessa instituição, não temos mais direito de definir nossa posição política”, lamentou o estudante.
Confira o vídeo:
- Leia mais: