Ambulante supera 3 paradas cardíacas e 78 dias internado e vence covid
No Amapá, Benedito Barata Tavares, de 61 anos, ficou 16 dias entubado, mas já teve alta
Os números são assustadores: 78 dias internado, 16 deles entubado. E 3 paradas cardíacas. Mas o ambulante Benedito Barata Tavares, de 61 anos, resistiu à covid-19. Na quinta, 30 de julho, teve alta do Hospital de Emergência (HE) de Macapá (AP).
Seu sofrimento começou no final de abril.
Era mais um dia de trabalho do ambulante, vendedor de bacaba, fruta típica da região, na área portuária de Santana, a 17 km de Macapá. A periferia, ali, é conhecida como Baixada do Ambrósio.
Ao final daquele dia, Benedito se sentiu mal. Nos dias seguintes, piorou.
A família logo desconfiou da covid-19, pois a mulher do ambulante, Doraci, já havia apresentado os sintomas da doença.
Doraci conta que o medo na família, especialmente em relação a ela e o marido, se devia a doenças prévias dos dois, como diabetes e hipertensão.
E à falta de recursos financeiros para enfrentar o coronavírus, ela mesma estando desempregada.
Benedito tem quatro filhos e três netos. Com o ambulante vive também a mãe, Maria José Barata, de 94 anos.
Ele conta que não se lembra de muita coisa depois que deu entrada no HE, segundo informações da Rede Amazônica, afiliada da Globo no Amazonas.
Mas sobreviveu a 3 paradas cardíacas. Os médicos disseram que não suportaria uma quarta.
Que, ainda bem, não veio.
Benedito foi melhorando. Até ter alta. Os profissionais de saúde que cuidaram dele até comemoraram essa vitória.
Vencida a batalha, o ambulante deixa um recado importante: “Tenha cuidado com os seus filhos, com sua família, porque ela [a doença] vem para derrubar”, alerta.
“É uma doença perigosa. É essa a mensagem que eu passo: que tenha cuidado porque ela não vem perguntando se tu é isso ou é aquilo, morre rico, morre pobre”, disse.