Âncora da Globo chora ao noticiar menino que salvou a mãe de violência

Maria Martins divulgava o áudio de um menino que ligou para emergência para pedir ajuda, pois seu pai estava agredindo sua mãe

A jornalista âncora do Bom Dia MT, da TV Centro América, afiliada da Rede Globo, no Mato Grosso, Marina Martins chorou ao vivo ao noticiar a história de um garoto de 11 anos que ajudou a salvar a mãe vítima de violência doméstica.

Âncora da Globo chora ao noticiar menino que salvou a mãe de violência
Créditos: Reprodução/Globo
Âncora da Globo chora ao noticiar menino que salvou a mãe de violência

O telejornal reproduziu a ligação à emergência, em que o menino diz as autoridades que seu pai está agredindo sua mãe. Após a exibição do áudio, a âncora do Bom Dia MT aparece emocionada, com sua voz embargada e diz: “Ai, é de cortar o coração”.

Marina Martins continuou: “É difícil ouvir uma criança desesperada a esse ponto, e que graças a essa ligação salvou a vida dessa mãe e dos irmãos”, explicou, por fim, Marina. “Então, é a realidade nua e crua de crianças que estão expostas a essa violência diariamente. E que a gente precisa fazer alguma coisa enquanto sociedade”.

No áudio o menino diz: “Não estou passando trote. Por favor, me ajuda. Tenho 11 anos, meu Deus do céu. Vou ficar aqui na frente esperando”.

A polícia acreditou na denúncia e foi até o local. Quando chegou encontrou a mãe do garoto esfaqueada, ele e os irmãos chorando muito e escondidos atrás do sofá.

A mulher sobreviveu e foi levada para o hospital por onde passou por uma cirurgia. Seu estado de saúde não foi divulgado.

O acusado é Carlos Fernando, que teve prisão decretada em flagrante convertida em preventiva. O caso está sendo investigado pela Delegacia da Mulher e tanto o garoto quanto seus irmãos estão com a avó.

Saiba como denunciar violência doméstica

Disque 180
O Disque-Denúncia foi criado pela Secretaria de Políticas para Mulheres (SPM). A denúncia é anônima e gratuita, disponível 24 horas, em todo o país. Os casos recebidos pela central são encaminhados ao Ministério Público.

Disque 100
O serviço pode ser considerado como “pronto-socorro” dos direitos humanos pois atende também graves situações de violações que acabaram de ocorrer ou que ainda estão em curso, acionando os órgãos competentes, possibilitando o flagrante. O Disque 100 funciona diariamente, 24 horas por dia, incluindo sábados, domingos e feriados.

As ligações podem ser feitas de todo o Brasil por meio de discagem gratuita, de qualquer terminal telefônico fixo ou móvel (celular), bastando discar 100.

Polícia Militar (190)
A vítima ou a testemunha pode procurar uma delegacia comum, onde deve ter prioridade no atendimento ou mesmo pedir ajuda por meio do telefone 190. Nesse caso, vai uma viatura da Polícia Militar até o local. Havendo flagrante da ameaça ou agressão, o homem é levado à delegacia, registra-se a ocorrência, ouve-se a vítima e as testemunhas. Na audiência de custódia, o juiz decide se ele ficará preso ou será posto em liberdade.

Defensoria Pública

A Defensoria Pública é uma instituição que presta assistência jurídica gratuita às pessoas que não podem pagar um advogado. No caso de violência doméstica, a Defensoria Pública pode auxiliar a vítima pedindo uma medida protetiva a um juiz ou juíza. Essa medida de urgência inclui o afastamento do agressor do lar ou local de convivência com a vítima; a fixação de limite mínimo de distância de que o agressor fica proibido de ultrapassar em relação à vítima; a proibição de o agressor entrar em contato com a vítima, seus familiares e testemunhas por qualquer meio; a suspensão da posse ou restrição do porte de armas, se for o caso; a restrição ou suspensão de visitas do agressor aos filhos menores; entre outras, como pedidos de divórcio, pensão alimentícia e encaminhamento psicossocial.

Delegacia da Mulher

Um levantamento feito pelo portal Gênero e Número, mostra que existem apenas 21 delegacias especializadas no atendimento às mulheres com funcionamento 24 horas em todo o país. Dessas, só São Paulo e Rio de Janeiro possuem delegacias fora das capitais.

Lei Maria da Penha

A Lei Maria da Penha (Lei 11.340/06) tornou mais rigorosa a punição para agressões contra a mulher quando ocorridas no âmbito doméstico e familiar. A lei entrou em vigor no dia 22 de setembro de 2006 e o primeiro caso de prisão com base nas novas normas – a de um homem que tentou estrangular sua mulher – ocorreu no Rio de Janeiro.

Casa da Mulher Brasileira

A Casa da Mulher Brasileira faz parte de um programa lançado por decreto em 2013 pela então presidente Dilma Rousseff (PT). O local funciona 24 horas por dia e reúne num mesmo lugar: Defensoria Pública, Ministério Público, Delegacia de Defesa da Mulher, Tribunal de Justiça, além de ter atendimento psicológico às vítimas de violência contra a mulher e dar abrigo provisório a elas.

Campanha #ElaNãoPediu

Nenhuma mulher “pede” para apanhar. A culpa nunca é da vítima. A campanha #ElaNãoPediu, da Catraca Livre, tem como objetivo fortalecer o enfrentamento da violência doméstica no Brasil, por meio de conteúdos e também ao facilitar o acesso à rede de apoio existente, potencializando iniciativas reconhecidas. Conheça a nossa plataforma exclusiva.