André Gallindo, da TV Globo, faz desabafo após ser discriminado

Repórter foi chamado de ‘Paraíba’ de forma pejorativa

09/01/2018 17:40

André Gallindo, repórter da TV Globo
André Gallindo, repórter da TV Globo

André Gallindo, repórter da TV Globo, usou seu perfil no Twitter, na última segunda-feira, 8, para fazer um desabafo, após ter sido discriminado por um seguidor por ser nordestino.

Tudo começou quando o jornalista esportivo comentava sobre a apresentação de Philippe Coutinho no Barcelona.

O internauta, então, disparou: “Tem mal gosto, hein, ‘Paraíba’. A imprensa é uma merda”.

O repórter, que é pernambucano, rebateu: “Não sou ‘Paraíba’. Não desse jeito pejorativo que você atribui aos nordestinos. A minha sorte é que pessoas preconceituosas como você são minoria aqui no Rio. E, pelo visto, ter dinheiro para pagar a cara mensalidade de Engenharia não te dá educação”.

André Gallindo continuou o desabafo: “Seis anos de Rio, já ouvi e li algumas vezes o ‘adjetivo’ que me atribuiu aqui embaixo. Pelo perfil, trata-se de alguém privilegiado, branco, universitário, teve acesso a outro idioma… Filho da ‘meritocracia’. Talvez aprenda, um dia, o que é respeito”.

Na sequência, o jornalista disse sentir orgulho de ser nordestino.

Após o desabafo, o seguidor de Gallindo o bloqueou no Twitter. “A título de informação, terráqueos, o rapaz em questão me bloqueou. Mas já sei que apagou todas as suas postagens ofensivas. Não é o primeiro e nem será o último a fazer o mesmo nessas redes. Coincidência curiosa: todos perdem a ‘coragem’ rapidinho”, finalizou.

Denuncie!
Liberdade de expressão não é sinônimo de falar o que quiser: discriminação e preconceito são crime (art. 20 da Lei nº 7.716/89) e esse tipo de mensagem de ódio pode dar cadeia.

Depois das eleições presidenciais de 2010, a estudante de direito Mayara Petruso foi condenada a um ano e cinco meses de prisão por postar no Twitter “Nordestisto [sic] não é gente. Faça um favor a SP: mate um nordestino afogado”. Sua pena foi convertida em prestação de serviços comunitários.

Ajude a denunciar esse tipo de crime para o Ministério Público Federal ou ainda pelo site da ONG SaferNet.