Anticoncepcional masculino é adiado após graves reações
Com informações da Revista Galileu
Oito anos após aplicações e realização de testes periódicos, foram divulgados os primeiros resultados do maior estudo sobre o uso do anticoncepcional masculino e suas consequências.
E a conclusão é, no mínimo, deplorável – se levado em conta a lógica de uma sociedade que aceita a condenação de mulheres, vítimas de efeitos semelhantes, desde a década de 1960.
Apesar da eficácia de 96% compatível com a de métodos femininos, os efeitos colaterais foram considerados danosos demais para liberar a versão masculina no mercado.
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Para obter os resultados, o estudo submeteu 320 homens, entre 18 e 45 anos, que mantém relações monogâmicas estáveis.
Neles, foram aplicadas injeções bimestrais de hormônios supressores da produção de espermatozoides.
Nas primeiras 26 semanas os voluntários foram aconselhados a usar métodos alternativos conforme o número de células reprodutivas liberadas na ejaculação caísse para o nível aceitável de 1 milhão por mililitro (ml) de sêmen — em um homem fértil, a taxa é quinze vezes maior.
Efeitos colaterais
Após a aplicação dos testes foram conhecidos os primeiros efeitos colaterais da pílula masculina: a maior tendência a desenvolver depressão (3%), dor excessiva no local da aplicação, acne e alterações de humor (3%).
Oito dos 266 homens que completaram o estudo tiveram dificuldades para retomar a produção normal de espermatozoides até 52 semanas após interromper o uso. Só quatro engravidaram suas parceiras.
Ainda segundo, o estudo 75% dos voluntários afirmaram que adotariam o método se ele estivesse disponível comercialmente, mas em 2011 o estudo foi interrompido com antecedência por órgãos fiscalizadores pelos riscos que ofereceria à saúde das cobaias. Antes disso, 20 dos participantes originais haviam deixado o experimento por não suportar efeitos colaterais, considerados moderados.
Quanto vale a vida de uma mulher?
Estudos atuais mostram que mulheres usuárias de pílulas anticoncepcionais tem 23% mais chances de tomar remédios para combater a depressão. Em casos de pílulas de progestógeno, o risco sobre para 34%. Entre mulheres que têm entre 15 e 19 anos, a taxa sobre para 70%. Destaca-se ainda os riscos de trombose venosa profunda, acidente vascular cerebral (AVC) e infarto do miocardio.
O estudo foi financiado pela Organização Mundial da Saúde, a OMS, e pela organização sem fins lucrativos CONRAD (em inglês, a sigla de “Pesquisa e Desenvolvimento de Contraceptivos”). As injeções foram fornecidas pela empresa farmacêutica Schering AG.