Ao longe os barcos de flores

Por: Catraca Livre

(Leitor:Marcelo Tápia)   

Só, incessante, um som de flauta chora,

Viúva, grácil, na escuridão  tranquila,

–   Perdida voz que de entre as mais se exila,

–   Festões de som dissimulando a hora. 

Na orgia, ao longe, que em clarões cintila

E os lábios, branca, do carmim desflora…

Só, incessante, um som de flauta chora,

Viúva, grácil, na escuridão  tranquila. 

E a orquestra? E os beijos? Tudo a noite, fora

Cauta, detém. Só modulada trila

A flauta flébil… Quem há-de remi-la?

Quem sabe a dor que sem razão deplora? 

Só, incessante, um som de flauta chora…