Após melhora do Cantareira, consumo de água volta a crescer em SP

Com informações da Folha de S.Paulo

Com as chuvas recentes, as represas do Cantareira – maior reservatório da Grande SP – deixaram de depender do volume morto após cerca de um ano e meio. No entanto, por outro lado, o número de moradores que elevaram seu consumo cresceu nos últimos meses e a Sabesp já aumentou a retirada de água do sistema, reduzindo a intensidade do racionamento.

Apesar da melhora, as represas do Cantareira ainda correm risco de chegar ao final do ano em situação crítica, sem ter superado a crise hídrica. De acordo com a meta da Sabesp a partir de um cenário conservador, com menos chuvas, elas poderão terminar 2016 com apenas 5% do volume útil – ou seja, perto de 27% do total (incluindo a água do volume morto).

Apesar da melhora do Cantareira, o consumo de água aumentou

Esse cenário, um pouco melhor do que o do final do ano passado (0,3% do volume útil e 22,9% do total), continuará longe do satisfatório. A Agência Nacional de Águas (ANA) considera que um patamar de segurança seria ter pelo menos 20% do volume útil e 38% do total no Cantareira nesse período.

Crise hídrica

O Cantareira tem sido afetado pela seca desde 2014. Para se ter uma ideia, nesta segunda-feira, dia 18, tinha 31% de sua capacidade total, mas há um ano, esse índice era de 4%. Porém, nos cinco anos antes da crise, a média era de 80%.

A Sabesp tem pedido à ANA (órgão federal) e Daee (departamento estadual) para retirar mais água do sistema Cantareira. No início de dezembro de 2015, a empresa estava autorizada a captar 13,5 mil litros de água por segundo do reservatório (antes da crise, eram 33 mil litros).

Com a alta de chuvas e as festas entre Natal e Réveillon, a Sabesp conseguiu autorização para captar 15 mil litros por segundo neste período. Em janeiro, a captação deveria voltar para 13,5 mil litros por segundo, mas ela conseguiu aumentar para 19,5 mil litros por segundo. De acordo com a companhia, a medida permite diminuir as horas com torneiras secas nas casas de milhares de famílias.

O consumo de água pela população nos últimos meses também mudou. O índice dos que reduziram o consumo para conseguir bônus na conta chegava a 83% em julho e baixou para 77% em dezembro, enquanto a proporção de quem aumentou o consumo de água, que era de 17% em julho, atingiu 23% em dezembro.

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