Após post de general pressionando STF, ministro nega uso da força

General Villas Boas, comandante do Exército brasileiro, afirma que este se 'mantém atento à suas missões institucionais'

04/04/2018 10:53 / Atualizado em 05/05/2020 10:11

O general Joaquim Silva e Luna, ministro interino da Defesa, afirmou que os tuítes do general Eduardo Villas Boas, comandante do Exército, foram contrários ao uso da força e que a população “pode ficar tranquila”.

A ministra do STF, Carmen Lúcia, e o comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, durante evento
A ministra do STF, Carmen Lúcia, e o comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, durante evento - Divulgação/Agência Verde-Oliv

Ao jornal “O Globo“, o ministro afirmou que o general Villas Boas tem “preocupação com preceitos constitucionais”. “A mensagem é que a população pode ficar tranquila, pois as instituições estão aqui. Não é uma mensagem de uso da força. É o contrário”, afirmou.

Na noite desta terça-feira, dia 3, o general Villas Boas provocou preocupação sobre a real função das Forças Armadas, que não fazem parte dos Poderes institucionais da República, ao publicar dois tuítes em que cita “repúdio à impunidade” e que, falando em nome do Exército brasileiro, afirma que este se “mantém atento à suas missões institucionais”.

As mensagens foram vistas como uma pressão do Exército sobre o Supremo Tribunal Federal, que decide nesta quarta, dia 4, se concederá ou não um habeas corpus ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

À “Folha de S.Paulo” um ministro do STF lembrou que foi a corte quem anistiou os militares que cometeram crimes durante a ditadura e que, por isso, não haveria por que haver uma intimidação ao Supremo.

As reações vieram de todos os lados: políticos, especialistas em direito, colunistas. O ex-procurador-geral da República, Rodrigo Janot, por exemplo, afirmou em seu perfil do Twitter que “outro 1964 será inaceitável”. O presidente Michel Temer não se manifestou até o momento. Confira alguns dos comentários:

Na manhã desta quarta, o perfil do Tribunal Regional Federal da 4ª Região no Twitter fez um esclarecimento afirmando não ter curtido o post do general. Foi o TRF-4 que condenou Lula à pena de 12 anos e um mês de prisão.

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