Quarenta e seis dias após o rompimento da Barragem de Santarém, em Mariana (MG), o local onde ocorreu o crime ambiental – que deixou um rastro de destruição imensurável – ainda registra vazamento dos rejeitos da lama. Apesar disso, na última sexta-feira, 18 de dezembro, o juiz federal Marcelo Aguiar Machado determinou que mineradora tome alguma providência quanto ao vazamento em um prazo de 10 dias.
Crime ambiental resultou na morte de 17 pessoas e dois desaparecidos
No último dia 5 de novembro, o rompimento da barragem causou a destruição do distrito de Bento Rodrigues e vilarejos próximos como Claras, Ponte do Gama, Paracatu e Pedras, além das cidades de Barra Longa e Rio Doce. Os rejeitos também atingiram mais de 40 cidades na Região Leste de Minas Gerais e no Espírito Santo. Para além das consequências ambientais, sem precedentes, o acidente causou a morte de 17 pessoas e dois desaparecimentos.
Ainda é possível registrar a lama escorrendo no dique rompido, pela estrutura que ainda segura parte dos rejeitos. Enquanto nada é feito, a lama segue o curso pelo volume maior, aproximadamente 35 milhões de metros cúbicos, que saíram da barragem até chegar ao mar no litoral do Espírito Santo.
Empresa se manifesta e diz que obras já começaram
Por meio de um comunicado oficial, a empresa informou que a construção de um novo dique já teve início. A obra terá 10 metros de altura e capacidade para reter cerca de 2,7 milhões de metros cúbicos. Sobre o vazamento, a mineradora afirmou que a lama excedente não pode ser considerada como vazamento, uma vez que a movimentação dos rejeitos acontece em virtude das chuvas ocorridas recentemente.