Apresentador da Globo denuncia racismo em shopping: ‘É entregador?’
Apresentador estava na loja comprando um presente para uma amiga; shopping emitiu uma nota sobre o caso de racismo
O apresentador Pedro Lins foi vítima de racismo estrutural em uma loja do Shopping Recife (PE), na última quarta-feira, 4. Âncora da TV Globo na afiliada de Pernambuco, o jornalista estava comprando um presente para uma amiga, quando a vendedora o abordou e perguntou se ele era entregador de aplicativo.
“Fui entrar em uma loja do Shopping Recife. Aí, a vendedora olhou pra mim e falou assim ‘ah, você é entregador do Rappi [aplicativo de entrega]?’. Aí, eu falei ‘não, eu vim aqui comprar, mas se o pagamento for bom quem sabe eu não faço esse extra’. Bom, é isso”, narrou Pedro, quando foi explicar no Instagram como tudo ocorreu.
Ao G1, Pedro disse que não existe problema em ser confundido com um entregador de aplicativo, mas que percebeu que a comparação faz parte de uma situação de racismo estrutural.
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“Você se sente constrangido. É como se você não tivesse condições de estar ali. Não tem nenhum problema em você ser entregador, a grande questão nisso é você ser colocado em uma condição de subalternidade”, afirmou.
O jornalista também compartilhou a situação no Twitter e recebeu o apoio de centenas de usuários. Outros seguidores também relataram que já passaram por situações parecidas.
Pedro não divulgou o nome da loja, mas disse que narrou o ocorrido ao shopping e espera que a situação não volte a acontecer com ele ou com qualquer outra pessoa.
Em nota, o Shopping Recife lamentou o episódio de racismo vivido pelo jornalista: “O Shopping Recife informa que tomou conhecimento do episódio, ocorrido em uma de suas lojas, por meio das redes sociais. O centro de compras lamenta o fato e reforça que este tipo de conduta não condiz com os valores do equipamento, reafirmando o seu compromisso em receber todos os seus clientes com respeito e igualdade”, declarou no comunicado.
Racismo: saiba como denunciar
Racismo é crime previsto pela Lei 7.716/89 e deve sempre ser denunciado, mas muitas vezes não sabemos o que fazer diante de uma situação como essa, nem como denunciar, e o caso acaba passando batido.
Para começar, é preciso entender que a legislação define como crime a discriminação pela raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional, prevendo punição de 1 a 5 anos de prisão e multa aos infratores.
A denúncia pode ser feita tanto pela internet, quanto em delegacias comuns e nas que prestam serviços direcionados a crimes raciais, como as Delegacias de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi), que funcionam em São Paulo e no Rio de Janeiro.
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