Argentinos percorrem América do Sul de bike com cinema itinerante

Poderia começar essa história falando que tudo que eles têm são uma mochila, uma bicicleta e um projetor; se fosse contá-la de maneira superficial e tradicional. Mas eles não são tradicionais e muito menos vivem uma vida superficial: do desapego material surgiu uma experiência incrível, que nem mesmo horas infinitas de conversa poderiam resumir.

Por isso, vou começar novamente: todos os bens materiais que eles têm cabem dentro de uma mochila. O ir e vir é movido por uma bicicleta. O que oferecem é pura arte: a projeção de filmes de maneira gratuita. O que pedem em troca? Hospedagem, um pouco de comida e bons momentos de conversa. E desse encontro vêm um mundo de histórias, de pessoas, de experiências, de aprendizado e principalmente, de compartilhamento.

O coletivo é formado por quatro argentinos

O que vou tentar escrever aqui é apenas uma parte mínima do que eles já passaram e o que consegui captar em 1 hora de conversa no meio da Praça Roosevelt, no Centro de São Paulo. Os argentinos Franco D’Arcangelo, 29 anos, e Joaquin Gonzalo Villarroel, 31, fazem parte do coletivo En Cleta Vamos, e viajam de bicicleta pela América do Sul para projetar filmes e promover cine-debates gratuitos pelas cidades que passam. Estão em São Paulo há 2 semanas e vão ficar até quando? “Olha, era para ficar até início de julho, mas…”, diz Franco. “É sempre assim, a gente fala que fica até uma data e sempre ficamos mais!”, completa Joaquin.

Desde novembro de 2014 decidiram que iriam percorrer a América do Sul…de bicicleta. A proposta de projetar filmes surgiu junto com esse desejo. Franco e sua parceira Sofia Russo já eram mochileiros: ele, jornalista e ela, fotógrafa. Há dois anos e meio, quando vieram para o Brasil, conheceram Joaquin e Aylén Ochoa, também integrante do En Cleta, em um hostel no Rio de Janeiro, onde trabalhavam. “Lembro até hoje de Franco, Sofia e Aylen chegarem e falarem: ‘gordo’, vamos comprar uma bike e um projetor e viajar pela América do Sul? Na hora, eu disse: bora!”.

A ideia inicial era unir mais pessoas que conheceram nesse mesmo hostel e pegar a estrada, mas apenas os quatro toparam de verdade esta jornada. E tudo aconteceu assim, de forma natural e orgânica. Saíram do Rio até a Bahia, andando de 30 a 40 quilômetros por dia, parando em grandes e pequenas cidades,  alternando entre bicicleta e carona, sendo acolhidos por aqueles que pudessem ajudar. “É muito fácil ser acolhido no Brasil, nunca passamos fome e nenhuma dificuldade!”, comenta Franco, sempre de maneira entusiasmada.

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