Arma usada no assassinato de Marielle pode ter sido jogada no mar

Em depoimento à Divisão de Homicídios, dono de barco diz que foi contratado por homem que jogou fuzis e outras armas em alto mar

Dias depois da prisão do policial reformado, investigadores fizeram buscas no mar da Barra – Foto: divulgação/Polícia Civil 

Quase um ano e quatro meses após a morte da vereadora Marielle Franco, o depoimento de um barqueiro pode contribuir para o rumo das investigações.

Em depoimento à Divisão de Homicídios, o dono do barco disse que foi contratado para fazer um passeio na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro – e que, ao atingir certa distância mar a dentro, um homem jogou vários fuzis e outras armas na água.

Com o relato, a polícia acredita que o suspeito pode estar ligado à família do homem acusado de ser o assassino de Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes.

O policial militar reformado Ronnie Lessa e o ex-PM Élcio Vieira de Queiroz são apontados como os autores do crime ocorrido em 14 de março de 2018.

Ação em família

Segundo a investigação, dias após a prisão dos acusados, Márcio Montavano, o Márcio Gordo, teria retirado as armas de endereços ligados a Lessa e contratado um barqueiro da região do Quebra-Mar, na Barra.

Além de Márcio, a ação contou com participação de Elaine, mulher de Lessa, o irmão dela, Bruno, e um outro homem identificado como Josinaldo.

O passeio

No depoimento, o barqueiro contou que foi contratado, por R$ 60, para um passeio até as Ilhas Tijucas, onde supostamente seria realizada uma pesca submarina. O homem levou uma caixa de papelão pesada e uma mala de viagem, em que supostamente estaria um arpão e alguns equipamentos de pesca.

O que, no entanto, se revelou um verdadeiro arsenal quando o homem abriu a mala e jogou seis fuzis ao mar.
O dono do barco disse ainda que o homem abriu a caixa de papelão de onde retirou várias caixas menores, de cores amarela e azul, e também as jogou no mar.

Logo depois, ele pediu que eles voltassem ao Quebra-Mar. Ao fim do passeio, o homem pagou R$ 300 pelo transporte. Em seguida, chamou um táxi e foi embora.

De acordo com o barqueiro, o homem aparentava ter entre 30 e 35 anos, era de cor parda clara, tinha corpo esbelto e braços cheios de tatuagem.

A Divisão de Homicídios e o Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado, o Gaeco, já sabem que o homem é um amigo de Ronnie Lessa.

Dias depois da prisão do policial reformado, investigadores fizeram buscas no mar da Barra.