As mulheres que nos inspiraram em 2014

Baseados na seleção do Think Olga, separamos algumas das mulheres mais inspiradoras que passaram pelo Catraca Livre ao longo do ano

Blogs, protestos, ilustrações, discursos e textos colocaram algumas mulheres em destaque em 2014. Na foto, as integrantes do coletivo “Nós, mulheres da periferia”.

Seja por desenhar, falar, escrever, agir ou estudar, muitas mulheres foram bons exemplos de conscientização, empoderamento e emancipação em 2014. Foi por isso que a Think Olga – página que informa e propõe discussões sobre sexualidade e feminilidade – resolveu elaborar uma lista com algumas das mulheres mais inspiradoras deste ano.

Na seleção original do site são quase 150 nomes, mas resolvemos destacar as mulheres que, por diversos motivos, também foram notícia no Catraca Livre ao longo do ano. Confira abaixo nossa seleção.

1. Andrea Dip – Jornalista da Agência Pública, foi responsável por algumas das mais importantes matérias e denúncias sobre violência contra mulher, como a HQ sobre a teia de exploração sexual de meninas durante a Copa e a matéria sobre mães encarceradas.

2. Carol Rossetti – Designer e ilustradora mineira criadora de uma série de desenhos que retratam de forma poderosa as restrições cotidianas e os preconceitos enfrentados pelas mulheres. O trabalho foi traduzido para diversas línguas, ganhando o mundo e sendo publicado em vários jornais internacionais.

3. Cláudia Silva Ferreira – Auxiliar de serviços gerais, a moradora do Morro da Congonha foi alvejada ao sair de casa para comprar pão e teve seu corpo arrastado pela Polícia Militar no Rio de Janeiro em ação que foi até registrada em vídeo. Ela deixou marido, quatro filhos e muita saudade. Nós deixamos uma homenagem.

A redação do Catraca Livre colaborou com a campanha “100 vezes Cláudia”

4. Chames Salles Rolim – Se formou em Direito aos 97 anos de idade. O diploma de bacharel é da Faculdade de Direito de Ipatinga (Fadipa), em Minas Gerais. A senhora afirma que quer compartilhar o conhecimento adquirido a ajudar a sociedade.

5. Emma Sulkowicz – Vítima de um estupro na Universidade de Columbia, Emma sofreu com o descaso da administração da própria instituição. Como forma de protesto, carregou o colchão em que foi violentada pelo campus, pedindo que sua história fosse ouvida com o cuidado e respeito que merece e que seu agressor, punido.

6. Emily May – Diretora da ONG Hollaback!, criada em 2005 para lutar contra o assédio a mulheres nas ruas e que conta com ativistas em 26 países, onde promovem conversas a respeito do tema. Emily reacendeu o debate mundial sobre cantadas de rua com o vídeo “10 Hours of Walking in NYC as a Woman” (10 horas caminhando por Nova Iorque como uma mulher, em tradução livre). A gravação tem mais de 37 milhões de visualizações no YouTubee  mostra uma centena de assédios cometidos em forma de “cantadas”.

7. Flora Matos – A cantora é considerada um dos grandes nomes do rap na atualidade. Um dos destaques de 2014 foi sua presença na Maratona de Cartas Escreva por Direitos, evento de Direitos Humanos promovido pela Anistia Internacional.

8. Georgia Gabriela da Silva Sampaio e Raíssa Müller – São estudantes brasileiras de 19 anos que desenvolveram projetos e foram vencedoras de concurso de inovação promovido pela Universidade de Harvard. Georgia Gabriela propôs a criação de um métodos mais econômico e menos invasivo para o diagnóstico da endometriose, através de exames de sangue. Raíssa criou uma esponja que absorve óleo e repele água – ela poderia ser usada em casos de derramamento de óleo no mar, por exemplo.

9. Laura Sobral – É arquiteta e urbanista criadora do movimento A Batata Precisa de Você, que promove a ocupação do Largo da Batata em São Paulo todas as sextas-feiras no final do dia com atividades culturais e de lazer, como grupos musicais e conversas sobre temas urbanos, com a proposta de estimular o uso do espaço como local de convivência.

10. Lucimara Passos – A vereadora ganhou destaque por seu discurso na Câmara dos Vereadores de Aracaju no Dia Internacional de Combate à Violência Contra Mulher, quando confrontou os discursos machistas de seus colegas, principalmente do vereador Agamenon Sobra, que havia criticado uma noiva por ter se casado sem calcinha. Na ocasião, Lucimara levou sua calcinha no bolso à Câmara e falou sobre o fim da opressão às mulheres enquanto segurava a peça.

Foi com a calcinha em mãos que a vereadora Lucimara Passos questionou se uma mulher deve ser julgada pela roupa que veste.

11. Mariana Ribeiro, Fernanda Cabral e Mariana Campanatti – Fundadoras do Imagina na Copa, um projeto que busca promover mudanças e transformações no país. Por meio de oficinas, jovens interessados foram capacitados a entender como poderiam atuar em diversas causas, trazendo melhorias nas cidades impactadas pela Copa. No começo do mês, a ação ganhou prêmio do Google pelo impacto social.

12. Marina Gurgel Prado e Tatiana Pascowitch – Sócias da “Bela do Dia”, empresa que utiliza bicicletas para a entrega de flores em São Paulo. Em 2014, a floricultura ganhou ponto fixo, no bairro de Pinheiros, em SP.

Mariana e Tatiana têm duas paixões em comum: as bicicletas e a floricultura

13. Nós, Mulheres da Periferia – O projeto, formado em 2014 por oito jornalistas e uma designer, todas moradoras de bairros da periferia de São Paulo, se propõe a combater a falta de representatividade das comunidades na imprensa, buscando mais protagonismo e visibilidade.

14. Tuğçe Albayrak – Jovem que perdeu a vida após defender duas mulheres de assédio, na Alemanha.  Ela não resistiu aos ferimentos e teve os aparelhos que a mantinham viva desligados no dia de seu aniversário de 23 anos. Milhares de pessoas compareceram ao seu funeral

15. Whitney Wolfe – Uma das fundadoras do Tinder. Ela denunciou o assédio sexual e a discriminação no trabalho que sofreu do também cofundador Justin Mateen e do CEO Sean Rad. Os abusos fizeram com que ela tivesse que pedir demissão. Em novembro, Whitney lançou o Bumble App, concorrente do Tinder com um diferencial: o controle da paquera fica nas mãos da mulher. É ela quem precisa iniciar a conversa, caso contrário a conexão desaparece em 24 horas.