#AssedioÉHabitoNoPensi: alunas denunciam professores em campanha

#AssedioÉHabitoNoPensi registrou 45 mil tweets na noite da última sexta-feira, 17

18/08/2018 17:22

Campanha viralizou nas redes sociais e contou com apoio de personalidades
Campanha viralizou nas redes sociais e contou com apoio de personalidades

Na noite da última sexta-feira, 17, a hashtag #AssedioÉHabitoNoPensi se tornou um dos assuntos mais comentados do Twitter, com mais de 45 mil compartilhamentos.

A campanha foi criada por alunas do Colégio Pensi, do Rio de Janeiro, cujo objetivo é denunciar episódios de de assédio por parte de professores, funcionários e alunos da instituição. A youtuber Kéfera e o escritor Pablo Villaça foram algumas das personalidades que abraçaram a causa.

Em meio às acusações, ex-estudantes do colégio também relataram casos de assédio e lembraram o caso de uma professora que foi afastada após fazer uma denúncia.

Entre os relatos, um dos professores chegou a dizer para uma aluna que gostaria de fazer massagem tântrica. Um professor chamou a estudante de gostosa em meio a inúmeras outras denúncias, inclusive, de violência física contra as alunas por parte dos funcionários. “Quando eu estudava no Pensi fui tirar uma dúvida com um professor e, quando ia voltar para minha cadeira, ele me puxou para bem perto dele segurando na minha nuca e cochichou no meu ouvido: ‘Você é uma aluna muito boa, você não tem noção do quanto é boa'”, contou uma vítima.

Outra  escreveu: “Ano passado um aluno apertou meus peitos, fiquei sem reação com a falta de respeito, fui reclamar e falaram para eu mudar de unidade esse ano. Estavam arrecadando dinheiro para o garoto ir ao Egito fazer olimpíada de matemática, passam a mão na cabeça de assediador”.

Com a repercussão da campanha, estudantes de outras escolas do Rio se solidarizaram com a situação e revelaram situações semelhantes em suas instituições.

O outro lado

Em nota, a rede de ensino Pensi afirma que “repudia qualquer tipo de assédio e discriminação”, e está apurando internamente as denúncias e que ações “firmes” foram tomadas. A exemplo da criação de um canal confidencial (helloethics.com/pensi) para relatos de assédio e discriminação. A responsabilidade será de uma empresa externa especializada em situações com esse tipo de gravidade para relatos anônimos.

Será também criado um comitê de ética, incluindo agentes externos e composto em sua maioria por mulheres,  responsável pela “imediata apuração dos fatos”.