Atendente xingado por mulher diz que foi alvo de racismo outras vezes
“Sou filha de juiz, de gente poderosa”, diz a mulher no vídeo que viralizou na internet
O funcionário de um quiosque no Leblon xingado por uma mulher branca que se dizia “filha de homem poderoso” contou que não foi a primeira vez que foi alvo de racismo pela mesma cliente.
Em entrevista ao G1, Julio Quintanilha revelou que dias antes das imagens que viralizaram ele havia sido xingado de “preto feio” pela mesma mulher, que não teve o nome revelado.
O atendente conta que o vídeo que viralizou foi gravado no dia 25 de julho, mas que antes disso, no dia 20, houve um primeiro episódio com a mesma mulher.
Na primeira vez, as agressões começaram após a cliente tentar furtar uma garrafa de cerveja no quiosque em Ipanema e também o atacou com ofensas raciais.
Cinco dias depois, ela reapareceu no quiosque da mesma franquia, desta vez no Leblon. A cliente não teria o identificado.
https://twitter.com/omatheussala/status/1296162521888567298?s=20
Os xingamentos que aparecem nas imagens ocorreram no segundo caso, após ela gritar “seus m*rdas!” para uma viatura da Polícia Militar, sem motivo aparente.
‘Antes de tudo começar, ela tinha visto a gente (funcionários do quiosque) ali e falou que se a mãe dela a visse conosco, ela ia tomar uma surra. Eu perguntei porquê. Ela falou: ‘Minha família é socialite, eu sou cineasta, meu pai é juiz’ ‘, contou Julio ao G1 Rio de Janeiro.Ela teria derrubado a mesa antes de ir embora e falou: ‘Seus pretos feios’.
Na segunda vez que ela apareceu no quiosque, Julio e os colegas decidiram que não iriam atendê-la, o que rendeu a cena registrada em vídeo que circulou na internet.
Racismo é crime. Denuncie!
Cenas como essa que acabamos de ver ainda é muito comum no Brasil, infelizmente. Uma forma de conter o avanço do racismo no Brasil é sempre denunciar o agressor. Afinal, racismo é crime previsto pela Lei 7.716/89.
A denúncia pode ser feita tanto pela internet, quanto em delegacias comuns e nas que prestam serviços direcionados a crimes raciais, como as Delegacias de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi), que funcionam em São Paulo e no Rio de Janeiro.