Ativistas protestam pelo clima em meio ao Carnaval alemão

Por Alessandra Petraglia e Heloisa Aun

‘Salve o clima’, diz um dos cartazes na manifestação

Da estação de trem UN Campus, em Bonn, na Alemanha, sede da Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática (COP 23), já era possível ouvir gritos acalorados em alemão, espanhol e inglês.

Alguns metros depois, mesmo debaixo de chuva e com uma temperatura de 8°C, a manifestação ocupava uma larga rua da cidade, repleta de cartazes, pessoas fantasiadas — a grande maioria por causa do Carnaval que teve início neste sábado, dia 11, pontualmente às 11h11 — e um pequeno palco com ativistas pedindo a urgência de frear o aquecimento global.

Palavras de ordem eram visíveis por todos os lados. Crianças, adultos e idosos pediam por atitudes a favor de um mundo mais sustentável. “A energia nuclear não vai salvar o planeta”, “Sem carne hoje”, “Salve o clima” eram algumas das frases que se espalhavam entre os manifestantes.

‘Não ataque o clima’, diz a faixa segurada pelas crianças

Uma réplica da estátua da Liberdade também tomava conta do espaço, demonstrando claramente o descontentamento das pessoas com a falta de ação do presidente Donald Trump com os assuntos ligados ao aquecimento global. No ano passado, o norte-americano anunciou a retirada dos EUA do Acordo de Paris, que pretende diminuir as emissões de gases de efeito estufa e limitar a temperatura do planeta em até 1,5ºC.

“Temos que resolver as mudanças climáticas com uma proposta de mudança do sistema político. Essa luta é global e não apenas local”, declarou um dos manifestantes em espanhol, seguido pela tradução para o alemão e por aplausos dos manifestantes.

Antes do início da conferência, no fim de semana passado, um protesto pelo clima reuniu 25 mil pessoas em Bonn, segundo os organizadores. As manifestações visam chamar a atenção da COP 23, que ocorre até 17 de novembro e reúne cerca de 23 mil pessoas, de 197 países.

Veja mais fotos:

  • A cobertura da COP 23 é uma parceria entre o Climate Journalism e o Instituto Clima e Sociedade (iCS) para incentivar a produção de jovens jornalistas sobre temas relacionados às mudanças climáticas e a mobilidade urbana. 
  • As jornalistas viajaram a convite das organizações.