Entenda como foi o resgate dos beagles do Instituto Royal e saiba como ajudar

Militantes afirmam que essa foi somente primeira ação. No sábado, às 10h, acontecerá novo protesto em São Roque

18/10/2013 15:16 / Atualizado em 04/05/2020 13:52

Ativistas do Animal Liberation Front (ALF) ocupavam a frente do Instituto Royal desde  12/10
Ativistas do Animal Liberation Front (ALF) ocupavam a frente do Instituto Royal desde  12/10

Na quinta-feira, 17, aconteceu uma passeata em São Roque contra os testes em animais feitos pelo Instituto Royal, que utiliza cachorros Beagle, coelhos e ratos em testes de remédios e cosméticos.

Diversas Ongs, movimentos e militantes individuais de defesa animal participaram do ato, que saiu da avenida Paulista e partiu em comboio para São Roque com cartazes e faixas denunciando os abusos contra os animais.

Após percorrer o centro da cidade, a passeata se dirigiu para o portão da empresa, onde seguranças criaram uma barreira de proteção. Alguns ativistas estavam acorrentados no local desde o dia 12 de outubro.

Ativistas tomaram a decisão de entrar após encontrar animais mortos. Dois deles foram encontrados congelados em uma geladeira de nitrogênio
Ativistas tomaram a decisão de entrar após encontrar animais mortos. Dois deles foram encontrados congelados em uma geladeira de nitrogênio

Latidos e a decisão de entrar

Durante a noite, os ativistas começaram a ouvir latidos dos cachorros e ficaram preocupados. Beatriz, professora, 25, estava no protesto desde às 19h30 e relatou que eram sinais de agonia. “Nós começamos a desconfiar que eles estavam matando os animais para eliminar as provas”, disse.

Segundo Fabio, 22, estudante e ativista que também estava no local, um protetor dos animais entrou no Instuto Royal e recolheu um animal morto que foi levado até a delegacia, mas foi negada a realização do B.O. O boato correu na internet e mais manifestantes foram para o local.

Nesse momento, os manifestantes ficaram desesperados e parte deles decidiu entrar na sede da empresa e salvar os animais. “Havia uma falha de segurança no portão 2. Todos estavam no portão 1. Não havia seguranças por ali. Aliás, não havia ninguém cuidando dos animais”, comentou Beatriz.

Fabio conta que lá dentro eles foram abordados pelos policiais e se renderam. “Quando entraram mais ativistas, advogados, mídia e tudo mais, nós decidimos agir porque não aguentávamos mais ouvir o latido deles lá dentro. Entrando lá encontramos vários cachorros mutilados, feridos, enlouquecidos, estressados e mortos”, relata o estudante..

Ativista resgata cachorro no Instituto Royal
Ativista resgata cachorro no Instituto Royal

“Parecia um campo de concentração”

Beatriz afirma que encontraram entre 250 e 300 Beagles, além de coelhos e camundongos. Quase todos os animais foram salvos, com a exceção de alguns camundongos.

“O que chocou no local foram os gritos dos animais, a falta de água, comida e higiene”, relatou Beatriz. Muitos animais foram encontrados sem patas e olhos. Outros dois foram encontrados mortos na geladeira de nitrogênio.

“Era uma cena de campo de concentração nazista. O cheiro de urina e fezes era insuportável. Também havia animais doentes e mortos no mesmo ambiente que cadelas prenhas e outros cachorros saudáveis. Tínhamos que tapar o rosto para suportar o cheiro. Parecia que as fezes estavam ali há muito tempo”, relata Beatriz.

“Era a crueldade humana em grau máximo, foi tenebroso. Quem viu essas cenas vai precisar de terapia”, conta a professora.

Cachorro Beagle é salvo por ativista
Cachorro Beagle é salvo por ativista

Polícia bloqueou estrada e abordou ativistas

Alguns ativistas relataram que a Polícia Militar realizou bloqueio na rodovia Raposo Tavares e abordou ativistas que transportavam animais nos carros. “Depois das libertações dos animais quando a maioria dos beagles já estavam libertos, não sabemos porque e como mas houve um reforço policial no local que bloquearam passagem e começaram a perseguir os ativistas que lá estavam”, diz o estudante Fábio.

Ele relatou que alguns amigos chegaram a ser abordados e ele teve que fazer um caminho alternativo para conseguir salvar os animais.

A Redação do Catraca Livre entrou em contato com um advogado que acompanha o caso. Até o fechamento da matéria nenhum manifestante havia sido preso.

Instituto Royal

O Instuto Royal declarou à Folha de S. Paulo que segue todos os protocolos nacionais e internacionais voltados para pesquisas com animais em laboratórios.

Novo Protesto e Abaixo Assinado

No sábado, às 10h, em São Roque, haverá novo protesto contra os testes em animais do Instituto Royal. Confira evento no Facebook.

Para assinar a petição, assine aqui.